O Brasil criou 137.303 vagas de emprego formal (ou seja, com carteira assinada) em janeiro. Esse número representa alta em relação a dezembro, quando o país teve saldo negativo de 535.547 postos com carteira assinada (dados com ajuste). Embora tenha avançado, o resultado é menor em comparação com janeiro de 2024 (de 173.233 vagas de trabalho abertas).
O saldo é decorrente de 2.271.611 de admissões e 2.134.308 de desligamentos.
Os dados referentes ao emprego formal no país estão presentes no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de janeiro, divulgado nesta quarta-feira (26/2) pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Vale lembrar que o resultado do mês já era conhecido, pois o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, adiantou que o Caged tinha registrado a criação de mais de 100 mil vagas. O mercado financeiro reagiu mal ao adiantamento.
Durante a entrevista coletiva, Marinho questionou o real motivo da insatisfação do mercado com os números do Caged — que vieram acima das projeções. “Estranhei um aspecto, parece que o tal do mercado ficou nervosinho, porque incapacitados que são de fazer projeções que correspondam com a realidade do Brasil”, disse ele a jornalistas.
Para o ministro do Trabalho e Emprego, os analistas financeiros só “projetam baboseira e, ultimamente, só tem falado baboseira”.
“Outro registro é o estranhamento desse tal de mercado com a posição deles de que gerar emprego positivo é uma mal. Não consigo entender. Que quando anuncia empregos positivos isso é um problema. Que absurdo é esse?”, acrescentou.
Caged em janeiro
Dos cinco grandes grupamentos de atividades econômicas, quatro apresentaram saldo positivo no mês passado. Apenas o setor de comércio registrou fechamento de postos de trabalho formal.
Confira a variação de cada atividade econômica:
- Indústria, com criação de mais 70.428 postos;
- Serviços, com criação de mais 45.165 postos;
- Construção, com criação de mais 38.373 postos;
- Agropecuária, com criação de mais 35.754 postos; e
- Comércio, com saldo negativo de 52.417 postos.
No acumulado do ano (de fevereiro de 2024 a janeiro de 2025), o saldo é de criação de 1.650.785 postos de trabalho. No mês passado, foram registrados crescimento em 17 das 27 unidades da federação (UF).
As UFs com maiores saldos são:
- São Paulo, com 36.125 postos. Os maiores saldos foram em indústria (+26.433) e construção (+16.285);
- Rio Grande do Sul, com 26.732 postos. O destaque positivo vai para agropecuária (+14.900) e indústria (+9.143); e
- Santa Catarina, com 23.062 postos. O maior ganho foi no setor de indústria (+14.720).
Já as com menores saldos são:
- Rio de Janeiro, com menos 12.960 postos. Os maiores impactos negativos foram em comércio (-8.530) e serviços (-4.635);
- Pernambuco, com menos 5.230 postos. Os menores saldos foram em comércio (-2.677), agropecuária (-1.832) e indústria (-1.344);
- Pará, com menos 2.203 postos. O destaque negativo vai para o setor de construção (-1.950).
Salário médio
O salário médio real em janeiro foi de R$ 2.251,33, com aumento de R$ 89,01 (+4,12%) em relação com o valor de dezembro de 2024, de R$ 2.162,32. Enquanto na comparação com janeiro do ano passado, o ganho real foi de R$ 40,75 (ou +1,84%).
Para os trabalhadores considerados típicos, o salário foi de R$ 2.284,61 (1,5% maior que o valor médio), enquanto aqueles considerados não típicos tinham salário médio de R$ 2.035,23 (9,6% menor que o valor médio).
Fonte: Metrópoles