Câncer infantil: pesquisa com minitumores aumenta esperança de cura

Uma equipe de pesquisadores alemães tem obtido avanços na busca por novos tratamentos contra o câncer infantil. Os resultados da pesquisa, que usa minitumores para testar a aplicação de medicamentos já disponíveis para adultos, trazem uma esperança há muito aguardada na luta contra a doença, que entre as crianças é rara, mas frequentemente fatal.

Ainda são poucos os tratamentos adaptados para essa faixa etária. A maioria dos novos medicamentos que chegam ao mercado é autorizada apenas para adultos.

Por isso, a partir de 2019, pesquisadores do Centro de Oncologia Infantil Hopp (KiTZ) de Heidelberg passaram a receber amostras de tecido de crianças com câncer consideradas pacientes de alto risco ou que tiveram recaídas. A partir desses tecidos, os pesquisadores cultivam centenas de minitumores, explica a diretora da seção de testagem de medicamentos do KiTZ, Ina Oehme.

Os pequenos tumores, também conhecidos como organoides, são então usados para testar, em diferentes dosagens e combinações, 80 medicamentos aprovados ou em fase de ensaios clínicos, inicialmente criados para o tratamento de adultos.

De acordo com Oehme, até agora foram enviadas mais de 500 amostras de tecido a Heidelberg por 100 centros de 12 países europeus e de Israel. Cerca de dois terços puderam ser usados para testes, e em 80% dos casos os medicamentos fizeram os minitumores regredirem em laboratório.

Câncer infantil tem alto índice global de mortalidade

Em 2022, das 275 mil crianças e adolescentes diagnosticados em todo o mundo, mais de 105 mil (38%) morreram da doença. No Brasil, ela foi a principal causa de morte infantil por doença em 2023. O percentual médio de cura era de 65%, em comparação aos índices de 80% a 85% em países de alta renda.

O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que, no triênio de 2023 a 2025, serão diagnosticados 7.930 casos em pacientes de até 19 anos. De acordo com o Ministério da Saúde, a incidência do câncer infanto-juvenil e os procedimentos realizados no Sistema Único de Saúde (SUS) vêm crescendo ao longo dos anos. Uma possibilidade é que o aumento seja resultado de uma melhora da capacidade de diagnosticar a doença.

Já na Europa, 35 mil crianças são diagnosticadas com câncer todos os anos. A Alemanha registra 2.400 casos anualmente, segundo o Registro de Câncer Infantil Alemão (DKR).

A leucemia é a forma mais frequente entre crianças, enquanto nos adolescentes os linfonodos são o principal alvo (linfoma). Quando um paciente infantil sofre uma recaída, não há mais um procedimento de tratamento fixo, e a sobrevida média costuma ser de apenas oito meses.

Pesquisas incluem sequenciamento de genoma

Os pesquisadores do KiTZ também estão sequenciando o material genético dos tumores, com o objetivo de  “investigar cientificamente a biologia do câncer infantil e de doenças sanguíneas graves”.

O instituto afirma que seu programa transnacional de sequenciamento de genoma de crianças com câncer é o primeiro da Europa. Mais de 1.700 pacientes já foram documentados.

O cultivo de minitumores para testar medicamentos também é praticado em outros centros de pesquisa, esclarece a oncologista pediátrica Uta Dirksen, do Hospital Universitário de Essen. No entanto, o aspecto extraordinário do projeto no KiTZ é a coleta sistemática de tumores, que permite gerar um extenso banco de dados.



Fonte: Metrópoles

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