O chefe do grupo armado libanês Hezbollah afirmou no domingo (2) que Hassan Nasrallah será enterrado no dia 23 de fevereiro, quase cinco meses após ser morto em um ataque aéreo israelense nos subúrbios do sul de Beirute.
Nasrallah, que foi secretário-geral do Hezbollah por mais de 30 anos, foi morto no dia 27 de setembro, quando Israel intensificou seus ataques aéreos contra alvos do Hezbollah, pouco antes das tropas israelenses começarem incursões terrestres no sul do Líbano.
Seu sucessor, Naim Qassem, disse em um discurso televisionado no domingo que Nasrallah foi morto “em um momento de dificuldades”, o que obrigou o grupo a realizar um enterro temporário de acordo com a tradição religiosa.
Qassem afirmou que o grupo agora decidiu realizar “um grande cortejo fúnebre com uma grande presença pública” para Nasrallah e Hashem Safieddine, outro alto funcionário do Hezbollah morto em um ataque israelense quase uma semana após Nasrallah. Durante o discurso, ele também confirmou pela primeira vez que Safieddine foi eleito sucessor de Nasrallah, mas foi morto antes do anúncio público. Ele disse que Safieddine também será enterrado com o título de secretário-geral.
As mortes de Nasrallah e Safieddine, assim como de muitos dos principais comandantes militares do grupo, causaram desordem no Hezbollah. O grupo anunciou em 29 de outubro que Qassem, vice-líder do grupo, foi eleito como seu novo chefe.
Um cessar-fogo acordado no final de novembro pôs fim às hostilidades entre o Hezbollah e Israel, estabelecendo um prazo de 60 dias para a retirada das tropas israelenses do sul do Líbano, a remoção dos combatentes e armas do Hezbollah da área e o envio das tropas libanesas para a região.
Esse prazo foi estendido no mês passado até o dia 18 de fevereiro. Israel tem continuado a realizar alguns ataques aéreos em partes do Líbano, acusando o Hezbollah de violar os termos do cessar-fogo.
O Hezbollah afirma que Israel é responsável pelas violações e que o estado libanês e os patrocinadores estrangeiros do acordo – os EUA e a França – deveriam impedir as violações de Israel. No entanto, o grupo não ameaçou retomar os combates.
Este conteúdo foi originalmente publicado em Chefe do Hezbollah afirma que líder assassinado será enterrado em 23/02 no site CNN Brasil.