Crianças de Brumadinho têm altos níveis de arsênio, segundo Fiocruz

Um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) publicado na última sexta-feira (24/1) mostra que houve um aumento da taxa de detecção de metais pesados na urina de crianças de Brumadinho, em Minas Gerais.

Os pesquisadores encontraram altos níveis de arsênio em crianças de 0 a 6 anos de idade seis anos após a tragédia do rompimento de barragem da cidade mineira. Além disso, substâncias como cádmio, mercúrio, chumbo e manganês também foram detectadas.

A Fiocruz indentificou a presença de metais pesados entre os adultos e adolescentes da região. A população também apresenta altas taxas de doenças respiratórias e de saúde mental — como ansiedade e depressão.

“Diante desse cenário é desejável que se tenham ações para acompanhamento dos fatores de risco cardiovascular, tais como hipertensão e colesterol alto, e doenças respiratórias, além de ações de promoção da saúde”, alerta o estudo da Fiocruz.

Saúde em Brumadinho

A pesquisa da Fiocruz foi iniciada em 2021. Desde então, moradores de Brumadinho são acompanhados com entrevistas e exames que avaliam uma série de aspectos relacionados à saúde, para que os pesquisadores possam monitorar mudanças em médio e longo prazo.

Foram comparados dados de 2021 e 2023. No primeiro ano foram coletadas amostras de 3.297 participantes, sendo 217 crianças, 275 adolescentes e 2.805 adultos. Já em 2023, foram 2.825 participantes: 130 crianças, 175 adolescentes e 2.520 adultos.

O percentual total de crianças com níveis de arsênio acima do valor de referência passou de 42%, em 2021, para 57%, em 2023. A substância também foi encontrada em 20% dos adultos e 9% dos adolescentes.

Foto do arsênio em recipiente químico - Metrópoles
Em altas concentrações, a exposição ao arsênio causa sintomas como vômitos, dores abdominais e diarreia e pode levar à morte

 Riscos da exposição ao arsênio

A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica o arsênio como um dos 10 elementos químicos de grande preocupação para a saúde pública. A exposição prolongada pode gerar diversos danos à saúde, como doenças cardíacas, diabetes, problemas no desenvolvimento, danos ao sistema nervoso e câncer.

Em nota, a Vale informa que realizou uma investigação nos sedimentos e solos da Bacia do Paraopeba e não encontrou concentrações de elementos tóxicos acima dos limites estabelecidos pela legislação. “Com relação ao estudo divulgado na última sexta-feira, a Vale ainda irá avaliar, detalhadamente, os resultados divulgados pela Fiocruz”, diz o texto.

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Fonte: Metrópoles

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