Dengue: entenda como funcionará vacina 100% brasileira contra a doença

O governo brasileiro anunciou nesta terça-feira (25/2) a produção da primeira vacina 100% nacional contra a dengue. Produzido em parceria com o Instituto Butantan e WuXi Biologics, um laboratório chinês, o imunizante deve ser aplicado em dose única a partir de 2026.

Previsão inicial é de fabricação de 60 milhões de doses anuais que serão administradas em pessoas entre 2 e 59 anos de idade. Assim como a vacina atualmente disponível, a Qdenga, o iminizante não pode ser aplicado em idosos. Diferentemente da fórmula japonesa, porém, a vacina do Butantan será administrada em dose única.

Como será a produção da vacina contra a dengue?

O acordo entre o laboratório brasileiro e o chinês foi celebrado em cerimônia com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra da Saúde, Nísia Trindade, em meio aos rumores de sua saída da pasta.

Apesar de parte da tecnologia ter sido elaborada pela WuXi, toda a produção de insumos e doses será feita no Brasil. O investimento total esperado é de R$ 1,2 bilhão, usados tanto para instalar a estutura quanto para distribuir as doses no país.

A vacina brasileira contra a dengue já se encontra na fase final de desenvolvimento e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deu sua aprovação para produção em dezembro de 2024. O imunizante será exclusivamente aplicado no Sistema Único de Saúde (SUS).

“O fato de vacina do Butantan ser administrada em dose única a facilita muito a logística e mesmo a aceitação da vacina. E os estudos, da mesma forma que da outra vacina,  têm demonstrado que são vacinas eficazes, seguras e também com uma duração prolongada de proteção”, explica o pediatra Juarez Cunha, diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm). Cunha considera “estratégica” e “acertada” a decisão de ter uma produção totalmente nacional do imunizante para não correr riscos de ficar sem o imunizante.

Desafios no controle da dengue continuam

Apesar do avanço com a vacina, o enfrentamento à dengue no Brasil ainda enfrenta desafios. O governo ressalta que, até que a vacinação em massa esteja em vigor, as ações de prevenção e vigilância continuam sendo essenciais. O Ministério da Saúde tem investido em métodos inovadores para controlar a disseminação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença, como o método Wolbachia e as Estações Disseminadoras de Larvicidas (EDL).

“A vacinação não é a única estratégia no combate à dengue. A preparação da rede de assistência, a manutenção de programas de monitoramento e o reforço na educação da população são fundamentais para a prevenção da doença”, afirmou a ministra da Saúde, Nísia Trindade, no lançamento da parceria.

11 imagens

O Aedes aegypti apresenta hábitos diurnos, pode ser encontrado em áreas urbanas e necessita de água parada para permitir que as larvas se desenvolvam e se tornem adultas, após a eclosão dos ovos, dentro de 10 dias

A infecção dos humanos acontece apenas com a picada do mosquito fêmea. O Aedes aegypti transmite o vírus pela saliva ao se alimentar do sangue, necessário para que os ovos sejam produzidos
No geral, a dengue apresenta quatro sorotipos. Isso significa que uma única pessoa pode ser infectada por cada um desses 
micro-organismos e gerar imunidade permanente para cada um deles -- ou seja, é possível ser infectado até quatro vezes
Os primeiros sinais, geralmente, não são específicos. Eles surgem cerca de três dias após a picada do mosquito e podem incluir: febre alta, que geralmente dura de 2 a 7 dias, dor de cabeça, dores no corpo e nas articulações, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupções cutâneas, náuseas e vômitos
No período de diminuição ou desaparecimento da febre, a maioria dos casos evolui para a recuperação e cura da doença. No entanto, alguns pacientes podem apresentar sintomas mais graves, que incluem hemorragia e podem levar à morte
1 de 11

A dengue é uma doença infecciosa transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti. Com maior incidência no verão, tem como principais sintomas: dores no corpo e febre alta. Considerada um grave problema de saúde pública no Brasil, a doença pode levar o paciente à morte

Joao Paulo Burini/Getty Images

2 de 11

O Aedes aegypti apresenta hábitos diurnos, pode ser encontrado em áreas urbanas e necessita de água parada para permitir que as larvas se desenvolvam e se tornem adultas, após a eclosão dos ovos, dentro de 10 dias

Joao Paulo Burini/ Getty Images

3 de 11

A infecção dos humanos acontece apenas com a picada do mosquito fêmea. O Aedes aegypti transmite o vírus pela saliva ao se alimentar do sangue, necessário para que os ovos sejam produzidos

Joao Paulo Burini/ Getty Images

4 de 11

No geral, a dengue apresenta quatro sorotipos. Isso significa que uma única pessoa pode ser infectada por cada um desses
micro-organismos e gerar imunidade permanente para cada um deles — ou seja, é possível ser infectado até quatro vezes

Bloomberg Creative Photos/ Getty Images

5 de 11

Os primeiros sinais, geralmente, não são específicos. Eles surgem cerca de três dias após a picada do mosquito e podem incluir: febre alta, que geralmente dura de 2 a 7 dias, dor de cabeça, dores no corpo e nas articulações, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupções cutâneas, náuseas e vômitos

Guido Mieth/ Getty Images

6 de 11

No período de diminuição ou desaparecimento da febre, a maioria dos casos evolui para a recuperação e cura da doença. No entanto, alguns pacientes podem apresentar sintomas mais graves, que incluem hemorragia e podem levar à morte

Peter Bannan/ Getty Images

7 de 11

Nos quadros graves, os sintomas são: vômitos persistentes, dor abdominal intensa e contínua, ou dor quando o abdômen é tocado, perda de sensibilidade e movimentos, urina com sangue, sangramento de mucosas, tontura e queda de pressão, aumento do fígado e dos glóbulos vermelhos ou hemácias no sangue

Piotr Marcinski / EyeEm/ Getty Images

8 de 11

Nestes casos, os sintomas resultam em choque, que acontece quando um volume crítico de plasma sanguíneo é perdido. Os sinais desse estado são pele pegajosa, pulso rápido e fraco, agitação e diminuição da pressão

Image Source/ Getty Images

9 de 11

Alguns pacientes podem ainda apresentar manifestações neurológicas, como convulsões e irritabilidade. O choque tem duração curta, e pode levar ao óbito entre 12 e 24 horas, ou à recuperação rápida, após terapia antichoque apropriada

Getty Images

10 de 11

Apesar da gravidade, a dengue pode ser tratada com analgésicos e antitérmicos, sob orientação médica, tais como paracetamol ou dipirona, para aliviar os sintomas

Guido Mieth/ Getty Images

11 de 11

Para completar o tratamento, é recomendado repouso e ingestão de líquidos. Já no caso de dengue hemorrágica, a terapia deve ser feita no hospital, com o uso de medicamentos e, se necessário, transfusão de plaquetas

Getty Images

Siga a editoria de Saúde e Ciência no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto!



Fonte: Metrópoles

Homem é preso ao manter ex-namorada grávida em cárcere privado em SP

Uma mulher grávida de oito meses foi sequestrada pelo ex-namorado e mantida em cárcere privado por dois dias em Itirapina, cidade localizada no interior...

Médica explica perigos do uso de canetas emagrecedoras sem acompanhamento

Novos concorrentes nacionais de medicamentos emagrecedores como Ozempic, Wegovy e Mounjaro chegam às farmácias brasileiras nesta segunda-feira (4). Em entrevista à CNN, a endocrinologista Deborah...

Vídeo: Vulcão na Rússia entra em erupção após 600 anos

O vulcão Krasheninnikov, localizado na região de Kamchatka, no extremo leste da Rússia, entrou em erupção pela primeira vez em 600 anos. Esse fenômeno pode...