Dívida pública federal encerra 2024 em R$ 7,3 tri, com alta de 12,2%

Dívida pública federal encerra 2024 em R$ 7,3 tri, com alta de 12,2%

O estoque da dívida pública federal (DPF) cresceu 1,55% em dezembro de 2024, passando de R$ 7,2 trilhões, em novembro, para R$ 7,3 trilhões, em dezembro. Com isso, o resultado ficou 12,2% acima do estoque do ano anterior, de 2023, que ficou em R$ 6,5 trilhões.

Esta variação de novembro para dezembro de 2024 ocorreu devido à emissão líquida, no valor de R$ 42,63 bilhões, e à apropriação positiva de juros, no valor de R$ 69,34 bilhões.

O estoque de 2024 ficou dentro dos limites previstos no Plano Anual de Financiamento (PAF) do ano passado, que previa uma variação entre R$ 7 trilhões e R$ 7,4 trilhões.

O prazo médio da DPF apresentou redução, passando de 4,1 anos, em novembro, para 4 anos, em dezembro, também dentro dos limites estipulados (entre 3,8 anos e 4,2 anos).

Os dados estão no Relatório Mensal da Dívida (RMD) publicado nesta terça-feira (4/2), pelo Tesouro Nacional, secretaria do Ministério da Fazenda.


Entenda

  • A dívida pública federal é a dívida contraída pelo Tesouro Nacional para financiar o déficit orçamentário do governo federal. As principais formas de classificá-la são: quanto à forma utilizada para o endividamento e quanto à moeda na qual ocorrem os fluxos de recebimento e pagamento da dívida.
  • Em 2024, o estoque da dívida pública federal somou R$ 7,3 trilhões. Resultado ficou dentro dos limites previstos no Plano Anual de Financiamento (PAF) do ano passado.
  • Para 2025, o Tesouro estima que o estoque ficará ainda maior, entre R$ 8,1 trilhões (mínimo) e R$ 8,5 trilhões (máximo).

Segundo o Tesouro, ao longo de 2024, houve um aumento da aversão ao risco por parte dos investidores, motivado tanto por fatores do cenário internacional quanto doméstico.

No ano passado, a composição da dívida ficou da seguinte forma:

  • Taxa Flutuante (Selic): 46,3%;
  • Índices de Preços: 27,0%;
  • Prefixados: 22,0%; e
  • Câmbio: 4,8%.

DPMFi e DPFe

O Tesouro explica que, como maior parte da dívida brasileira é em moeda local, a principal contribuição para essa variação da dívida pública federal veio das mudanças na Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi).

No mês de dezembro, as emissões da dívida pública federal corresponderam a R$ 57,87 bilhões, enquanto os resgates alcançaram R$ 15,24 bilhões, resultando em emissão líquida de R$ 42,63 bilhões, sendo R$ 43,50 bilhões referentes à emissão líquida da Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) e R$ 0,86 bilhão, ao resgate líquido da Dívida Pública Federal externa (DPFe).

Projeção para 2025

Para 2025, o Tesouro estima que o estoque da dívida pública ficará ainda maior, entre R$ 8,1 trilhões (mínimo) e R$ 8,5 trilhões (máximo), de acordo com as diretrizes do Plano Anual de Financiamento (PAF), com a seguinte composição:

  • Taxa Flutuante (Selic): entre 48,0% e 52,0%;
  • Índices de Preços: entre 24,0% e 28,0%;
  • Prefixados: entre 19,0% e 23,0%; e
  • Câmbio: entre 3,0% e 7,0%.

O PAF é um dos principais instrumentos que o Tesouro Nacional tem para informar à sociedade e aos agentes de mercado os rumos adotados na condução da dívida pública federal, expondo os objetivos, diretrizes e metas na gestão da dívida em cada ano.

Neste ano, há expectativa de aumento na participação de títulos com juros flutuantes, possibilidade de aumento da participação dos títulos prefixados e de índices de preços e estrutura de vencimentos com baixa participação de dívida no curto prazo


Fonte: Metrópoles