Zoe Saldaña, Rita Mora Castro em “Emilia Pérez”, se manifestou sobre tuítes ofensivos publicados pela colega Karla Sofía Gascón. A atriz é a protagonista do longa-metragem e está dando o que falar, após mensagens racistas e xenofóbicas expostas na web, publicadas em seu perfil do X. A estrela trans e espanhola, em entrevista ao Grupo Globo, durante sua passagem pelo Brasil, pediu ajuda de Fernanda Torres para conter supostos ataques. Acontece que o feitiço virou contra o feiticeiro, já que a mesma era quem promovia ódio na internet e foi desmascarada.
“Sinto muito, é apenas minha impressão ou há mais muçulmanos na Espanha? Cada vez que vou buscar minha filha na escola, há mais mulheres com os cabelos cobertos e as saias até os calcanhares. No próximo ano, em vez de inglês, teremos que ensinar árabe”, escreveu Gascón em 2020. Outra situação delicada, foi um texto no mesmo ano, citando o afro-americano assassinado em Minneapolis: “Eu realmente acho que muito poucas pessoas se importaram com George Floyd, um bandido viciado em drogas, mas sua morte serviu para demonstrar mais uma vez que há pessoas que ainda consideram os negros como macacos sem direitos e consideram os policiais como assassinos”.
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Saldaña rasgou o verbo durante uma sessão de perguntas de respostas em Londres: “Isso me deixa muito triste, porque eu não apoio, e não tenho nenhuma tolerância para qualquer retórica negativa contra pessoas de qualquer grupo. Eu só posso atestar a experiência que tive com cada indivíduo que fez parte, que faz parte, desse filme, e minha experiência e minhas interações com eles foram sobre inclusão, colaboração e equidade racial, cultural e de gênero. E isso simplesmente me entristece. Me entristece que estamos tendo que enfrentar esse retrocesso agora”.
“Mas fico feliz que todos vocês estão aqui e ainda estão apoiando ‘Emilia’, porque a mensagem que esse filme traz é tão poderosa e a mudança que ele pode gerar para comunidades marginalizadas, dia após dia, é importante”, finalizou Zoe. Até mesmo o Oscar em 2021 foi criticado pela Emília Pérez da ficção, citando movimentos antirracistas e feministas: “Cada vez mais o Oscar parece uma cerimônia de filmes independentes e de protesto, não sabia se estava assistindo a um festival afro-coreano, a uma manifestação do Black Lives Matter ou ao 8M”.
Fonte: Portal LEODIAS