O ciclo de bandeira tarifária verde — ou seja, sem taxas extras nas contas de luz — chegou a três meses consecutivos em fevereiro, mas a chegada de uma nova onda de calor no país preocupa, o que pode ampliar o consumo de energia elétrica.
A previsão é de que a onda de calor, que começou nessa quarta-feira (12/2), se estenda até 21 de fevereiro e passe pelas regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste.
Com esse fenômeno meteorológico no radar, o Metrópoles te explica como a energia elétrica interfere nos preços de bens e serviços do país, dá dicas de como reduzir o consumo e economizar no fim do mês.
O fator energia elétrica na vida dos brasileiros
- No Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, a energia elétrica residencial integra o grupo Habitação. No cálculo da inflação, a energia corresponde a 25% do grupo.
- Como a eletricidade é uma parcela significativa do grupo Habitação, ela é capaz de pressionar a inflação.
- Os preços da energia elétrica residencial recuaram 14,21% no mês passado. Essa queda foi a principal responsável pela desaceleração da inflação no começo de 2025, que subiu apenas 0,16% — menor nível para o mês de janeiro desde 1994.
- A energia elétrica ainda exerceu o maior impacto negativo (-0,55 ponto percentual) no IPCA geral.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a queda nos preços da energia elétrica ocorreu devido à “incorporação do Bônus de Itaipu, creditado nas faturas emitidas em janeiro”.
O desconto do “Bônus Itaipu” trata-se do crédito repassado à conta de energia dos consumidores brasileiros residenciais e rurais que tiveram consumo inferior a 350 quilowatts-hora em ao menos um mês de 2023.
A conta de luz segue barata em decorrência das condições de geração favoráveis, com as cheias dos reservatórios. Embora o cenário seja positivo, é necessário manter o consumo consciente.
Em comunicado, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) reforçou as práticas do consumo consciente “para evitar desperdícios e contribuir para a sustentabilidade do setor elétrico”.
Como a energia afeta o bolso do consumidor?
Pedro Coletta, analista de energia da Equus Capital, explica que, além do impacto nas contas dos consumidores, o preço da eletricidade afeta indiretamente outros setores, como a indústria e os serviços.
“A variação nos preços de eletricidade influencia de maneira ampla, podendo pressionar a inflação quando há aumento e aliviá-la em momentos de redução dos custos”, afirma Coletta.
Segundo Volnei Eyng, CEO da gestora Multiplike, o impacto da queda da energia elétrica e da desaceleração é “misto”.
“Para o consumidor, o impacto é misto: enquanto o alívio na conta de luz compensa parte da alta, os preços dos alimentos e dos serviços continuam a pressionar o orçamento”, avalia Eyng.
Saiba como economizar energia
- Retire aparelhos em “modo de espera” da tomada.
- Tome duchas quentes mais rápidas.
- Compre aparelhos elétricos com Selo Procel, mais eficiente energeticamente.
- Aproveite a iluminação natural por mais horas.
- Troque as lâmpadas por modelos de LED.
- Otimize o uso do ar condicionado.
- Reduza o tempo com ventiladores ligados.
- Regule a geladeira.
Fonte: Metrópoles