Um estudo dinamarquês publicado no British Medical Journal, na última quarta-feira (12/2) mostrou que o uso de certos contraceptivos hormonais pode aumentar significativamente o risco de infarto e derrame em mulheres.
Entre os métodos analisados, o anel vaginal foi o que apresentou a maior associação com problemas no coração, quadruplicando a probabilidade de um infarto.
Os pesquisadores analisaram dados de aproximadamente 2 milhões de mulheres com idades entre 15 e 49 anos, durante um período de 11 anos. O estudo identificou 4.730 casos de derrame e 2.072 infartos no período.
Segundo os cientistas, o risco foi maior entre as usuárias de contraceptivos combinados, que contêm estrogênio e progesterona.
O anel vaginal e os riscos cardiovasculares
Embora a pílula anticoncepcional combinada tenha sido associada ao risco dobrado de infarto e derrame, o anel vaginal se destacou: as mulheres que utilizaram o método apresentaram 2,4 vezes mais chances de sofrerem. A ameaça de um derrame era 3,8 vezes maior.
O adesivo transdérmico, outro método hormonal, também demonstrou um aumento expressivo, triplicando a probabilidade de derrame.
“O uso do anel vaginal combinado mostrou um risco significativamente maior de eventos cardiovasculares, em comparação com outros métodos contraceptivos. Isso requer atenção médica na escolha do meio de controle de natalidade“, destacaram os pesquisadores no artigo.
Apesar dos resultados, os especialistas ressaltam que o risco absoluto do uso do anel vaginal ainda é baixo, especialmente entre mulheres jovens e saudáveis.
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Avaliação médica individualizada
Os pesquisadores enfatizam a importância de uma avaliação individualizada para a escolha do melhor método contraceptivo para cada pessoa, levando em consideração o histórico médico, idade e outros fatores de risco.
O estudo não encontrou aumento significativo no risco cardiovascular associado ao dispositivo intrauterino (DIU) de progesterona, sugerindo que essa pode ser a alternativa mais segura para algumas mulheres.
“Os achados não significam que as mulheres devam evitar contraceptivos hormonais, mas reforçam a importância de conversas com seus médicos sobre os riscos e benefícios de cada método”, concluíram os autores do estudo.
Eles ressaltam que as mulheres não devem interromper o uso dos contraceptivos sem orientação médica, já que, em muitos casos, os riscos de uma gravidez não planejada são maiores do que os associados ao uso de métodos hormonais com o devido acompanhamento.
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Fonte: Metrópoles