EUA aprova estudo clínico com transplante de rim de porco em humanos

EUA aprova estudo clínico com transplante de rim de porco em humanos

A Agência de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA, na sigla em inglês) autorizou duas empresas americanas a realizarem transplantes de rins de porco em humanos como parte de um estudo clínico. Até agora, cinco pacientes já passaram pelo procedimento no país, mas apenas em caráter emergencial, quando não havia outras opções de tratamento.

Uma das empresas, a United Therapeutics Corporation, planeja iniciar os testes com seis pacientes que estão em hemodiálise há pelo menos seis meses, sem outras complicações de saúde. Se os resultados forem positivos, o estudo pode ser ampliado para 50 pessoas.

Já a eGenesis começará com três pacientes e, dependendo dos resultados, avaliará a expansão do estudo. A empresa foi responsável por um transplante de rim de porco feito por um médico brasileiro nos Estados Unidos.

A aprovação marca um avanço importante na pesquisa de xenotransplantes, procedimento em que órgãos de animais são utilizados em humanos. No passado, as permissões para esse tipo de cirurgia eram restritas a casos pontuais e emergenciais.

O caso mais recente foi o de Towana Looney, uma mulher de 53 anos do estado do Alabama que recebeu um rim de porco em novembro. Ela já completou mais de dois meses com o órgão funcionando normalmente.

Porcos geneticamente modificados

As empresas responsáveis por esses testes trabalham com porcos geneticamente modificados. O objetivo é criar órgãos com maior compatibilidade com os seres humanos, minimizando os riscos de rejeição.

A United Therapeutics utiliza animais que passam por 10 alterações genéticas, enquanto a eGenesis realiza 69 edições nos genes, incluindo modificações para eliminar vírus integrados ao genoma dos porcos.

Os transplantes serão realizados em etapas, com o monitoramento dos pacientes por um período de três a seis meses. O intervalo permitirá que as empresas adquiram dados importantes para os próximos procedimentos.

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Fonte: Metrópoles