Uma guerra na África pode impactar na Fórmula 1. A principal categoria de automobilismo do mundo tem negociações com Ruanda para realizar um Grande Prêmio no país, cujo governo é acusado de matar três mil pessoas e deixar outras milhares feridas nas últimas semanas na República Democrática do Congo (RDC).
“Escrevo para expressar minha profunda preocupação com as conversas em andamento da Fórmula 1 com Ruanda para sediar um GP em sua capital, Kigali”, aponta Therese Kayikwamba Wagnerm, ministra das Relações Exteriores da RDC por meio de carta, enviada para Stefano Domenicali CEO da F1.
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), o governo de Ruanda apoia diretamente o grupo rebelde M23, que tomou o controle da cidade de Goma, o maior município do leste da República Democrática do Congo.
“Ruanda ocupa atualmente uma grande parte do leste da República Democrática do Congo em colaboração com seu representante, o M23, deslocando mais de 700 mil cidadãos congoleses. Embora eu aplauda o desejo da Fórmula 1 de sediar um GP na África, questiono se Ruanda seria a escolha que melhor representa nosso continente e peço que encerre as negociações e exclua Ruanda como possível anfitrião”, acrescenta a ministra da RDC.
Ressalta-se ainda que Ruanda é cidade sede em que ocorre a cerimônia de encerramento de temporada da Fórmula 1. Contudo, a Federação Internacional do Automóvel (FIA) que rege a categoria ainda avalia posicionamento.
“Será que a Fórmula 1 realmente quer ter sua marca manchada por uma associação manchada de sangue com Ruanda? Será que este é realmente o melhor país para representar a África no automobilismo mundial?”, provoca Therese.
Fonte: Metrópoles