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Impasse com BC trava regulamentação do mercado de vale-alimentação

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Impasse com BC trava regulamentação do mercado de vale-alimentação

Não existem dúvidas dentro do governo Lula (PT) sobre a importância de regulamentar o mercado do vale-alimentação (VA) e do vale-refeição (VR), mas o impasse político sobre como fazer a administração do negócio tem travado a pauta.

Há alguns dias, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, indicou que essa é uma de suas apostas para cumprir a determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de baratear o preço dos alimentos, frente à alta inflação de alimentos.

O embaraço se deve ao fato de que o Ministério da Fazenda quer que o Banco Central (BC) assuma a regulamentação do mercado de benefícios e o BC resiste. A instituição alega não ter condições de regular o mercado, o que não significa que não sejam necessárias regras para seu funcionamento.

A autoridade monetária não encara esse mercado como um risco ao sistema de pagamentos brasileiro e indica que não irá fazer sua regulamentação. A alternativa seria uma regulamentação via Conselho Monetário Nacional (CMN), órgão superior do Sistema Financeiro Nacional composto pelo próprio BC e pelos ministérios da Fazenda e do Planejamento. O CMN se reúne uma vez por mês.

O mercado esperava que a “bateção de cabeça” fosse resolvida com a posse do novo presidente do BC, Gabriel Galípolo, que assumiu em 1º de janeiro, no lugar de Roberto Campos Neto, mas isso não ocorreu.

Procurados via assessoria, Fazenda e BC não se manifestaram.


Entenda


Em 2022, uma lei instituiu a portabilidade do cartão de benefícios de alimentação. Na prática, a medida permite ao funcionário de uma empresa escolher a gestora de seu vale. Hoje, essa tarefa cabe ao departamento de recursos humanos (RH) do empregador. A regulamentação dessa lei, porém, ainda não saiu por discordâncias entre empregadores e o governo federal.

Em suma, são dois temas que precisam ser regulamentados:

O mercado alega que as altas taxas cobradas de estabelecimentos gera aumento no nível médio dos preços das refeições, já que elas são repassadas ao consumidor. É daí que vem a ideia de que a pressão dos alimentos seria reduzida.

Segundo pesquisa da LCA Consultoria, a queda da taxa dos vouchers de 7% para 2% pode gerar uma economia anual de R$ 5,21 bilhões para o setor de bares e restaurantes, um valor equivalente ao PIB do município de Olinda (PE).

Ainda de acordo com a pesquisa, com as mudanças na lei, mais empresas teriam incentivos a participar do PAT. Desse modo, até 1,7 milhão de trabalhadores poderiam ser inclusos no programa.

Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego, o PAT atende atualmente mais de 21,5 milhões de trabalhadores brasileiros, dos quais aproximadamente 86% recebem até cinco salários mínimos. Esses trabalhadores recebem o benefício por meio das cerca de 300 mil empresas beneficiárias inscritas no PAT em todo o Brasil.


Fonte: Metrópoles

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