Nesta terça-feira (11), o Irã alertou a ONU para o que descreveu como “declarações imprudentes e inflamatórias” do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçando o uso de força, e avisou que “qualquer ato de agressão terá severas consequências”.
Em uma carta ao Conselho de Segurança vista pela Reuters, o embaixador iraniano na ONU, Amir Saeid Iravani, fez referência a comentários de Trump em uma entrevista ao jornal New York Post e à emissora Fox News, nos quais ele falou que prefere fazer um acordo para impedir que Teerã tenha uma arma nuclear do que bombardear o país.
“Essas declarações imprudentes e inflamatórias violam flagrantemente as leis internacionais e a Carta da ONU”, escreveu Iravani, ao conselho com 15 membros.
“A República Islâmica do Irã alerta que qualquer ato de agressão terá severas consequências, pelas quais os EUA terão total responsabilidade”, disse. “O Irã defenderá de maneira resoluta a sua soberania, sua integridade territorial e seus interesses nacionais contra qualquer ação hostil.”
Na semana passada, Trump restaurou sua campanha de “pressão máxima” sobre o Irã, que inclui tentativas de zerar suas exportações de petróleo para impedir que Teerã obtenha uma arma nuclear. Ele também disse que está aberto a um acordo e expressou disposição em conversar com o presidente do Irã, Masoud Pezeshkian.
Na segunda-feira (10), Pezeshkian questionou a sinceridade dos Estados Unidos, enquanto Iravani escreveu em sua carta que a política norte-americana “reforça medidas coercitivas, ilegais e unilaterais e intensifica a hostilidade contra o Irã”.
Iravani pediu que o Conselho de Segurança da ONU condenasse a “retórica descarada” de Trump.
O Irã nega que deseje desenvolver uma arma nuclear. No entanto, está acelerando o enriquecimento de urânio a até 60% de pureza, próximo ao patamar de 90% de grau de armamento, disse o chefe do órgão de supervisão nuclear da ONU à Reuters em dezembro.
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