Irmão e filho de Márcio Bittar não explicam R$ 1.6 milhão a contador e assessor do senador; Candidatos do PL bancaram a conta sozinhos

Uma pesquisa feita por oseringal junto ao TSE revela que vários candidatos do Partido Liberal pagaram advogados e contadores retirando dinheiro de suas cotas pessoais do fundo partidário.

A informação reforça a suspeita de que o partido comandado pelo grupo político – e familiar – do senador Márcio Bittar teria desviado muito dinheiro – conforme reportagem exclusiva publicada nesta terça-feira (reveja abaixo).

Documentos oficiais indicam que um assessor lotado no gabinete do senador, sócio de uma banca de advogados, embolsou R$ 950 mil. E uma banca de contabilidade, sediada fora do Acre, levou outros R$ 650 mil. Os gastos com esses dois serviços correspondem a mais de 60% do valor total repassado ao partido nas eleições do ano passado, ou seja, mais de R$ 3,7 milhões.

Os pagamentos a contador e advogado equivalem a seis vezes a cota do candidato a prefeito de Rio Branco. Os serviços são expressos em notas fiscais e os pagamentos foram efetuados em seis transferências bancárias. Contudo, não há informações sobre quais os candidatos que teriam sido defendidos durante da campanha eleitoral.

 

Candidato a prefeito de Epitaciolândia, Delegado Sérgio Lopes, pagou contador (R$ 5 mil) e  advogado (R$ 5 mil); Terezinha, candidata a prefeita de Feijó, teve que pagar da cota dela do fundo eleitoral a um advogado (R$ 27 mil) e um contador (R$ 22.7 mil). O prefeito da capital, Tião Bocalom, pagou ao advogado do PP (partido aliado) e a um contador particular por seus serviços.

Essas contas deviam ter sido pagas com recursos que o PL, controlado pelo irmão (Edson Siqueira) e o filho (João Paulo) de Marcio Bittar.

 

A pergunta inevitável: para quem o assessor do senador e a tal banca de contabilidade prestaram serviços?

Se praticamente todos candidatos tiveram que arcar com advogados e contadores com a própria cota do fundo eleitoral, os advogados e contadores, contratados pela executiva estadual do PL por valores milionários, prestaram serviços para quais candidatos?

Essa duvida cabe uma fiscalização dos órgãos competentes, MP – Eleitoral, TRE, TSE e Polícia Federal. Nenhuma dessas instituição se manifestou oficialmente.

Há 24 horas a reportagem tenta contato com o assessor de Márcio Bittar. O PL não se manifestou sobre o assunto. O filho do senador, que respondia pela executiva municipal, e o irmão de Bittar, pela Executiva estadual, também silenciaram.