O escritor Marcelo Rubens Paiva criticou, neste sábado (8), a fala do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que questionou a interpretação de que o 8 de janeiro tenha sido uma tentativa de golpe de Estado.
“Novo presidente do Câmara demonstra que Brasil continuará no atoleiro e nunca alcançará a democracia plena. O desequilíbrio no caso não é das penas, é dele mesmo”, disse o filho do ex-deputado Rubens Paiva, desaparecido político da ditadura militar.
Para o Hugo, sem um líder que pudesse coordenar uma ruptura do regime democrático, o episódio não passou de uma ação provocada por “vândalos e baderneiros” que queriam demonstrar revolta.
Durante seu discurso de posse após a eleição para presidente da Câmara em 1º de fevereiro, Hugo citou o filme “Ainda Estou Aqui”, que conta a história de Rubens Paiva e de sua esposa Eunice Paiva, sendo baseado no livro de mesmo nome escrito por Marcelo.
Na ocasião, Hugo disse: “Temos que estar sempre do lado do Brasil, em harmonia com os demais poderes”, disse. “Encerro com uma mensagem de otimismo: ainda estamos aqui”.
Ainda na posse, Hugo repetiu gesto de Ulysses Guimarães (1916-1992) — primeiro presidente da Câmara após a ditadura e responsável por promulgar a Constituição de 1988 — ao erguer um exemplar do documento em seu discurso de posse.
“Temos muito o que fazer. Antes de tudo, colegas de trabalho e de vida. Eu sei a responsabilidade que me espera. E sei também que ninguém faz nada sozinho. Citando Ulysses, muitos têm maior probabilidade de acertar do que um só”, afirmou o novo presidente da Câmara.
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