Um médico canadense só percebeu que estava sofrendo um infarto depois de atender a um paciente que estava passando pela mesma emergência. “A história dele era a minha história”, disse o médico Chris Loreto em depoimento ao site do hospital em que trabalha.
O caso aconteceu em novembro do ano passado na pequena cidade de Timmins, a cerca de 700 km da capital do país, Ottawa. O clínico geral afirma que já vinha sentindo dores no peito que irradiavam para a cabeça, especialmente a garganta, quando saía para correr. “A dor era tão forte que muitas vezes eu tinha que parar para gritar”, lembra ele.
Assustado, Chris chegou a se consultar com um colega, apresentando ele mesmo a hipótese de que se tratava de refluxo, o que foi confirmado pelo amigo. Na consulta, o médico não deixou claro que as dores apareciam sempre quando ele praticava exercícios físicos, fato que ele não tinha percebido.
A prática de atividades físicas vigorosas, por exigir um fluxo maior de sangue no corpo, costuma ser um dos gatilhos para o infarto. O ataque cardíaco ocorre quando o fluxo sanguíneo para uma parte do coração é bloqueado por um longo período, impedindo que o oxigênio alcance o órgão, geralmente devido a acúmulos de gordura nas artérias.
Os sintomas do infarto
- Os sintomas de um ataque cardíaco costumam incluir um desconforto no peito (pressão, aperto, dor, queimação ou peso).
- O desconforto no peito pode irradiar pela parte superior do corpo (pescoço, mandíbula, ombros, braços, costas), incluindo ainda sintomas como falta de ar, suor, náusea e tontura.
- As mulheres podem sofrer um ataque cardíaco sem pressão no peito. Elas podem sentir falta de ar, pressão ou dor no abdômen superior, tontura, vertigem, desmaio ou fadiga extrema.
- A prevenção inclui hábitos como alimentação saudável, atividade física, redução do estresse e vida sem fumo.
- Há também fatores de risco que você não pode controlar, como idade, sexo e histórico familiar.
O médico canadense passou a tomar remédios para refluxo, mas não sentiu melhoras. Em 12 de novembro, porém, enquanto jogava hóquei, ele voltou a sentir a dor, desta vez de forma constante, irradiando-se para os ombros.
Mesmo com o sintoma, ele foi trabalhar na manhã seguinte e passou o turno inteiro se sentindo mal. Foi quando um paciente infartou e Chris foi chamado para ajudar. O paciente também tinha sido diagnosticado com refluxo antes que seu coração parasse.
Loreto, que ignorou os próprios sintomas por meses, percebeu que poderia estar enfrentando o mesmo problema. Após insistência dos colegas, ele realizou exames de imagem que confirmaram o infarto.
Após o diagnóstico, o médico foi transferido para um centro cardíaco em Sudbury, a 300 km de onde mora, onde passou por cirurgias para desobstruir as artérias. Agora em licença médica, ele participa de um programa de reabilitação cardíaca no hospital em que atua.
Loreto admite que, como muitos profissionais da saúde, priorizou o cuidado dos outros em detrimento do próprio bem-estar. “Somos maravilhosos em cuidar dos outros e péssimos em cuidar de nós mesmos. É como eu defendo, faça o que eu digo, não faça o que eu faço”, afirmou. Ele alerta para a necessidade de levar sintomas persistentes a sério, especialmente dores no peito, falta de ar e sudorese excessiva.
Prevenção do infarto
A cardiologista Juliana Vasconcelos, do hospital Oto Santos Dumont, em Fortaleza, reforça que o infarto é uma emergência médica e que a prevenção é fundamental. “Controlar fatores de risco como hipertensão, diabetes e colesterol, além de adotar hábitos saudáveis, pode salvar vidas”, destacou.
A médica reforça a importância da prevenção: “a melhor forma de evitar um infarto é adotar um estilo de vida saudável e realizar check-ups regulares com o cardiologista. A prevenção é o melhor remédio. Ao reconhecer os sintomas e controlar os fatores de risco, o paciente protege seu coração e pode garantir uma vida mais longa e plena”, conclui.
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Fonte: Metrópoles