Norma do Pix suspensa abre brechas para crime organizado, diz Unafisco

A Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Unafisco Nacional) disse, em nota, que a revogação da Instrução Normativa (IN) que ampliava a fiscalização do Pix mantém as brechas para o uso de fintechs e bancos digitais pelo crime organizado.

A norma causou alvoroço no início deste ano, com boatos sobre uma suposta taxação do Pix. Acuado, o governo recuou e decidiu, em meados de janeiro, revogar a norma.

Para os auditores fiscais, no entanto, a operação deflagrada pela Polícia Federal (PF) na última terça-feira (25/2), que investiga o uso de fintechs para a lavagem de dinheiro do crime organizado, reforça a análise sobre os riscos decorrentes da suspensão da instrução normativa.


Entenda

  • O Pix é o sistema de pagamentos contínuo e em tempo real do Banco Central (BC), em funcionamento desde novembro de 2020.
  • A instrução normativa revogada estabelecia que transações via Pix que somassem pelo menos R$ 5 mil por mês para pessoas físicas e R$ 15 mil para pessoas jurídicas (as empresas) seriam informadas à Receita.
  • Segundo o Fisco, as normas sempre foram as mesmas, sendo apenas incluído o novo sistema de pagamentos.
  • O Ministério da Fazenda alegava que a medida era direcionada aos grandes sonegadores. Apesar disso, o governo federal foi acusado de fechar o cerco à classe média e se viu obrigado a revogar a norma.
  • Unafisco diz que há registros de organizações criminosas criando seus próprios bancos digitais para efetuar pagamentos, transferências internas, operações de câmbio e até simular transações via Pix e TED, dificultando o rastreamento pela Receita.

A Unafisco alegou que a suspensão da instrução normativa “preservou brechas para a atuação de doleiros e organizações criminosas, que encontram nas instituições financeiras digitais um ambiente favorável para a lavagem de dinheiro e a remessa ilegal de dólares”.

A entidade destacou que há registros de organizações criminosas criando seus próprios bancos digitais para efetuar pagamentos, transferências internas, operações de câmbio e até simular transações via Pix e TED, dificultando o rastreamento por parte das autoridades.

O vice-presidente da Unafisco Nacional, Kleber Cabral, ressaltou que a principal mudança proposta pela norma era incluir instituições financeiras digitais que, até então, não tinham a obrigação de reportar informações à Receita Federal.

“A entidade lamenta que a desinformação e a má comunicação governamental tenham levado à suspensão da medida, favorecendo os interesses do crime organizado”.

Como sugestões, a Unafisco pede a reformulação da comunicação oficial do governo, esclarecendo que o objetivo era ampliar a fiscalização para abranger plataformas digitais ainda não monitoradas, e não o Pix, que já é fiscalizado.

Também defende a regulamentação das fintechs e dos bancos digitais. “O Banco Central (BC) e demais órgãos reguladores precisam agir para eliminar zonas de sombra e evitar que essas instituições continuem a oferecer rotas de evasão de divisas e lavagem de dinheiro”, diz a entidade.

Por fim, o sindicato pede para o poder público intensificar a educação financeira e digital, promovendo campanhas de esclarecimento para que a população compreenda como a fiscalização funciona e por que ela é necessária para a segurança econômica do país.



Fonte: Metrópoles

“Soft power” da China hoje é a capacidade de realização, diz ex-diplomata

A China está redefinindo seu “soft power” através de sua impressionante capacidade de realização, segundo Philip Yang, membro sênior do Centro Brasileiro de Relações...

Haddad anuncia pacote com medidas para ajustar contas após revés do IOF

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou na noite deste domingo (9) um pacote com quatro medidas principais para viabilizar o ajuste fiscal em...

Repórter de filiada da CNN é atingida por bala de borracha em Los Angeles

Lauren Tomasi, correspondente nos EUA da Nine News, afiliada da CNN, estava cobrindo os protestos em Los Angeles no domingo quando foi atingida por...