O primeiro-ministro da França, François Bayrou, sobreviveu nesta quarta-feira (5) a dois votos de desconfiança no Parlamento, abrindo caminho para a adoção do Orçamento de 2025, visto como essencial para cortar as dívidas do país.
Os votos de desconfiança foram solicitados pela esquerda radical, mas foram barrados após o Reunião Nacional, de ultradireita, e os socialistas de centro-esquerda não apoiarem as moções.
No total, 128 legisladores votaram a favor da primeira moção e 122 a favor da segunda moção, bem aquém dos 289 votos necessários.
Os parlamentares da esquerda radical apresentaram as duas moções contra o primeiro-ministro depois que ele invocou poderes constitucionais especiais para forçar a aprovação do Orçamento de 2025.
A ferramenta, conhecida como Artigo 49.3, permite que o governo minoritário aprove a legislação sem uma votação parlamentar.
Tanto o Reunião Nacional quanto o Partido Socialista sinalizaram antes das votações que não apoiariam a moção porque a França precisava de um Orçamento, embora os socialistas tenham dito que apresentariam posteriormente um voto de desconfiança sobre os comentários recentes de Bayrou sobre imigração.
Bayrou afirmou que muitos franceses se sentem “submersos” pela imigração, que ele defendeu desde então. Essa moção também deve fracassar.
Instabilidade política na França
A França está envolvida em instabilidade política desde que o presidente Emmanuel Macron decidiu convocar uma eleição antecipada em junho, uma medida que resultou em um Parlamento dividido, no qual nenhum partido detém a maioria.
A disputa sobre o Orçamento abalou os mercados e derrubou o governo do antecessor de Bayrou, Michel Barnier, após apenas três meses.
O governo de Bayrou, por sua vez, sobreviveu devido a concessões caras à esquerda e à ultradireita para avançar a legislação.
“Este Orçamento não é perfeito. É uma medida de emergência, pois nosso país não pode viver sem um orçamento”, explicou o premiê aos legisladores antes da votação.
Enquanto isso, o Ministro das Finanças Eric Lombard afirmou que o fracasso do voto de desconfiança foi “uma coisa boa” para a França.
O Orçamento visa reduzir o déficit, aumentar os impostos sobre grandes empresas e os ricos e cortar gastos.
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