Há exatos 12 meses, em 24 de fevereiro de 2024, o delegado Marcos Frank Costa e Silva, que se tornaria presidente do Iapen por indicação política, disparava contra um veículo modelo Ònix que estava estacionado em frente à sua casa, no Bairro Bom Sucesso, em Rio Branco.
O carro pertencia a um montador de móveis que estava trabalhando na casa do vizinho do delegado. Não havia razão para que Frank sacasse a arma e efetuasse os 5 disparos que a perícia confirmou na lataria do automóvel.
Imagens do momento do crime, o boletim de ocorrência e detalhes da perícia foram publicados pelo Portal Giro Acreano (VEJA AQUI)
O ônix estava fechado, sem ninguém dentro dele, e o Ministério Público entendeu como crime (disparo em via pública).
Esse tipo de reação, violenta, só é permitida quando há perigo à vida do atirador, e de terceiro, caso típico de legitima defesa e proteção à vida.
Franck virou réu e, em novembro do ano passado, teve a arma apreendida por ordem judicial. O porte dele não foi cassado, e a Corregedoria Geral de Polícia não interveio no caso, sendo mais uma ocorrência envolvendo policiais que permanece impune administrativamente, apesar de passado1 ano desde o crime.
Sem muitos argumentos para convencer sobre sua inocência, o presidente do Iapen, que é bacharel em Direito, tentou uma cartada que só piorou a sua situação: quis fazer a sua própria defesa. Mas, como policial civil que é, ele está proibido de advogar em causa própria. O MP invocou uma jurisprudência do STF, pediu que a pretensão fosse negada, e o juiz Cloves Augusto Cabral aceitou.
A decisão de mérito é aguardada para a qualquer dia. Se condenado, o gestor do Iapen pode perder o cargo.