Causou estranheza a declaração do deputado Nicolau Júnior, presidente da Assembléia Legislativa, de que a pré-candidatura de Mailza Assis ao Governo, em 2026, “é decisão dela”.
Também gerou saia justa na relação Legislativo-Executivo a afirmação do deputado, segundo a qual “aqui na Aleac cada parlamentar é uma ilha”.
A um jornalista local, o político disse ainda: “caso não se viabilize, ela terá que arcar com o ônus do rompimento com o senador Alan Rick”.
Importa lembrar que o senador perdeu cargos e prestígio junto ao governador após ser gravado falando cobras e lagartos contra a gestão, atitudes imperdoáveis após o governador ter atendido pleitos de Alan Rick e acomodar seus indicados.
Bons entendedores viram as declarações do deputado como “maldade”, uma evidente insinuação de que Nicolau teria maior poder de influência sobre as bancadas por ser o presidente do Legislativo na “hora do vamos ver” pela construção de candidaturas majoritárias. A dele, no caso !
Mailza, ao seu estilo discreto, serena e sem alimentar contendas (aliás, as redes sociais elogiam a postura da vice-governadora de ficar alheia a confusão). Ela segue dando atenção aos 22 municípios, ora como vice-governadora, ora como secretária de Assistência Social.
Na verdade, o próprio governador Gladson Cameli veio a público, juntamente com todo o staff governamental, declarar que a sua vice é a candidata natural a sucedê-lo, sendo, portanto, uma decisão de governo ( e não dela) e do próprio partido que, nas últimas eleições, elegeu 14 dos 22 prefeitos, um grande número de vereadores e saiu engrandecido por isto e outras razões. Não se pode negar que Mailza pôs o pé na estrada, ao lado do governador, na campanha que engrandeceu o Progressistas e ampliou sua liderança junto a gestores municipais e câmaras de vereadores.
O que diz o STF
Toma corpo, numa celeridade incomum, o que diz a Súmula Vinculante 18 do STF (confira acima), que veda a candidatura do presidente da Aleac enquanto Cameli estiver no exercício do cargo.
Explico:
A separação de Gladson com Ana Paula, irmã do deputado, se deu exatamente em 23 de janeiro de 2023, no curso do mandato de Cameli.
A lei interpreta que o vínculo de parentesco persistirá até que o ex-cunhado governador for chefe do Executivo, o que torna Nicolau inelegível.
Cameli precisaria ser afastado para que Nicolau se viabilize em tempo hábil.
O deputado festejaria esta tragédia na política acreana?
A alternativa 2 seria Cameli se afastar por decisão pessoal, por alguma razão, neste ano ou no início do próximo – para que Nicolau assuma ser pré-candidato a governador, não comprometa o registro da candidatura e tenha tempo suficiente para reunir apoio, compor alianças e formatar sua pré-campanha.
Num cenário natural, a lei é clara ao afirmar que o afastamento do governador (que disputará o Senado) sem interferências externas deve ocorrer até 2 de abril de 2026, um sábado, – portanto seis meses antes do dia da votação.
Interlocutores ouvidos pela reportagem dizem que “é humanamente impossível alguém construir uma campanha vitoriosa para governador em 180 dias.
Nicolau torce pelo quê?
Lhe incomoda o poder de transferir votos do governador á sua vice, como ele transferiu ao prefeito Bocalom?
É sincera a declaração de unidade pelo Acre, como dito em sua posse, na última semana, aso lado da “amiga e correligionária vice-governadora?
Ou…..
Bom domingo a todos!!