As negociações para um cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia ganharam novo capítulo com o anúncio de uma conversa telefônica entre os presidentes Donald Trump e Vladimir Putin.
A ligação, prevista para terça-feira (18), tem como objetivo discutir a proposta americana de uma trégua de 30 dias no conflito que assola o Leste Europeu.
Para Américo Martins, analista sênior de Internacional da CNN, enquanto Trump demonstra otimismo quanto à possibilidade de um acordo de paz, o Kremlin adota uma postura mais cautelosa.
Um porta-voz russo confirmou a conversa entre os líderes, mas enfatizou a necessidade de “garantias de segurança” para a Rússia como condição para qualquer acordo.
Pontos de divergência
As posições antagônicas entre Rússia e Ucrânia se evidenciam em três aspectos cruciais:
- Territórios ocupados: Moscou deseja manter o controle das áreas já ocupadas, enquanto Kiev considera essa questão inegociável.
- Adesão à OTAN: A Rússia exige garantias de que a Ucrânia não ingressará na aliança militar ocidental, proposta rejeitada pelos ucranianos.
- Poderio militar ucraniano: Os russos buscam a redução do arsenal bélico da Ucrânia, que por sua vez insiste na necessidade de manter sua capacidade de defesa.
Expectativas para a negociação
Apesar das divergências, a conversa entre Trump e Putin é vista como um passo importante para colocar as demandas de cada lado à mesa.
O presidente americano expressou otimismo, afirmando: “Queremos ver se podemos dar fim a essa guerra”, disse Trump a repórteres no avião presidencial dos EUA durante um voo da Flórida para Washington. “Talvez possamos, talvez não, mas acho que temos uma chance muito boa.”
O líder dos EUA afirmou que concessões territoriais da Ucrânia e o controle da usina nuclear de Zaporizhzhia devem ser pautas de destaque nas negociações com Putin.
“Falaremos sobre territórios. Falaremos sobre usinas de energia… Já estamos falando sobre isso, sobre a divisão de certos ativos”, acrescentou, após ser questionado sobre quais concessões estavam sendo consideradas nas negociações.
Este conteúdo foi originalmente publicado em Américo: Rússia adota tom menos otimista sobre cessar-fogo na Ucrânia no site CNN Brasil.