A justificativa para outro corte nas taxas de juros pelo Banco Central Europeu está se fortalecendo, disse o membro do conselho do BCE Piero Cipollone nesta segunda-feira (24), apenas alguns dias depois que outra autoridade apresentou um argumento semelhante.
O BCE cortou as taxas de juros seis vezes desde junho passado, mas deu poucos sinais sobre seu próximo passo após a redução mais recente em sua reunião de março, argumentando que a incerteza é simplesmente muito alta para que o banco oriente os mercados.
Entretanto, Cipollone argumentou que as condições econômicas mudaram desde aquela reunião e que a inflação pode estar caindo mais rapidamente do que o esperado.
“Surgiram questões importantes que fortaleceram os argumentos a favor da continuidade da redução dos juros”, disse ele em uma entrevista ao jornal espanhol Expansion. “É provável que alcancemos nosso objetivo de inflação mais cedo do que indicam nossas últimas projeções.”
O chefe do banco central grego, Yannis Stournaras, apresentou um argumento semelhante na sexta-feira, dizendo que tudo aponta para um corte em abril.
Cipollone disse que os preços da energia caíram significativamente desde a reunião de 6 de março, o euro se valorizou e as taxas reais aumentaram, tudo isso contribuindo para uma queda mais rápida da inflação.
“E se os Estados Unidos impuserem tarifas sobre as exportações europeias, isso terá um impacto negativo sobre a demanda, o que fortalecerá ainda mais a tendência de queda da inflação”, disse ele.
“As tensões comerciais entre a China e os Estados Unidos podem fazer com que a China redirecione seus produtos para o mercado europeu, aumentando a pressão de queda sobre os preços.”
Os mercados financeiros veem uma chance de aproximadamente 60% de um corte nos juros em abril, mas um movimento até junho está totalmente precificado. Em seguida, os investidores preveem outro corte, provavelmente em dezembro, levando a taxa de depósito do BCE para 2% até o final de 2025.
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Este conteúdo foi originalmente publicado em Autoridade do BCE defende mais afrouxamento da política monetária no site CNN Brasil.