O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tentou convencer o filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), a não permanecer nos Estados Unidos. Bolsonaro foi informado sobre a decisão no último sábado (15), um dia antes da manifestação no Rio de Janeiro em favor do projeto de lei da anistia.
Fontes próximas ao ex-presidente relataram à CNN que ele discordou da escolha de Eduardo e mobilizou aliados para fazê-lo desistir. Desde então, Bolsonaro tentou contato com o filho diversas vezes por chamadas de vídeo e áudio, mas não obteve resposta.
A decisão de Eduardo foi compartilhada apenas com um grupo restrito de aliados. Até então, ele havia dito que participaria do ato de domingo no Brasil, mas acabou não comparecendo.
A pessoas próximas, o deputado mencionou receio de ter o passaporte apreendido por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) e até de ser preso futuramente. No entanto, ele não é investigado nem responde a qualquer inquérito judicial.
Segundo fontes ouvidas pela CNN, a esposa do deputado, a psicóloga Heloísa Bolsonaro, também fez apelos para que ele permanecesse nos EUA pelos próximos quatro meses.
A decisão pegou de surpresa grande parte do Partido Liberal e da cúpula da legenda. Na última terça-feira (18), deputados relataram que não foram informados nem houve qualquer alerta prévio à bancada sobre a escolha do filho do ex-presidente.
Aliados de Eduardo na Câmara avaliam que sua ausência no país pode prejudicar a construção de sua candidatura ao Senado, nas eleições de 2026.
Casos de família
O episódio guarda semelhanças com a experiência do próprio Jair Bolsonaro após a derrota nas eleições de 2022.
Na época, o ex-presidente viajou aos EUA e permaneceu lá por meses, mesmo diante de alertas de aliados sobre possíveis riscos de apreensão de seu passaporte e até de prisão.
Ainda assim, Bolsonaro optou por voltar ao Brasil, temendo perder espaço político.
Este conteúdo foi originalmente publicado em Bolsonaro resistiu à decisão de Eduardo de permanecer nos EUA no site CNN Brasil.
Fonte: CNN