A Ucrânia aceitou a proposta dos Estados Unidos para um cessar-fogo de 30 dias na guerra contra a Rússia, após oito horas de conversas na Arábia Saudita. A oferta de trégua ainda será apresentada aos russos, colocando a bola no campo de Vladimir Putin.
Segundo Carolina Pavese, professora de Relações Internacionais do Instituto Mauá, a Ucrânia encontra-se em uma posição fragilizada, disposta a aceitar condições impostas pelos Estados Unidos. A especialista destaca que a retirada do apoio militar americano na última semana deixou o país mais vulnerável aos ataques russos.
Concessões e negociações
Pavese explica que a Ucrânia concordou com as condições americanas em troca da retomada da ajuda militar e de um acordo econômico que envolve a cessão de parte de seus minérios para os Estados Unidos. No entanto, a professora ressalta que a Rússia provavelmente imporá suas próprias condições para concordar com o cessar-fogo.
“A Rússia não deve estar muito disposta a abrir mão de ter territórios que ela já tem ocupado ao longo desses três anos de guerra na Ucrânia e deve querer a anexação final disso”, afirma Pavese.
Perspectivas e desafios
A especialista alerta que o histórico de acordos de cessar-fogo violados pela Rússia, como os casos da Crimeia em 2014 e da Geórgia em 2008, gera ceticismo quanto ao compromisso russo com uma trégua duradoura.
Pavese enfatiza que um cessar-fogo é apenas uma interrupção temporária do conflito, não uma solução definitiva. Para alcançar a paz, será necessária uma grande negociação entre as partes, com concessões mútuas e um compromisso genuíno com a resolução do conflito.
A professora conclui que o caminho para a paz na Ucrânia passa pela retomada da diplomacia, cooperação internacional e um plano de reconstrução do país, além de uma reavaliação da posição da Rússia nas relações internacionais.
Este conteúdo foi originalmente publicado em Cessar-fogo na Ucrânia: professora explica proposta dos EUA no site CNN Brasil.