Chá de menta e de hortelã têm efeitos diferentes. Aprenda como usar

Chá de menta e de hortelã têm efeitos diferentes. Aprenda como usar

Embora pertençam ao mesmo gênero, menta e hortelã não são plantas iguais: elas têm leves diferenças na forma, sabor e até em seus benefícios para a saúde. As distinções entre os usos terapêuticos delas fica clara quando se comparam os chás das duas folhas.

“Há quem ache que são plantas iguais, mas pertencem apenas o mesmo gênero. As concentrações dos compostos ativos é diferente: a menta é mais forte, o que torna suas propriedades mais intensas para usos terapêuticos”, explica o nutricionista Fernando Castro, de Brasília.

A menta (Mentha piperita), também chamada de hortelã-pimenta, tem sabor picante e aroma intenso, e geralmente é usada em doces ou na indústria farmacêutica. A hortelã (Mentha spicata), em contrapartida, apresenta sabor suave e adocicado, sendo amplamente usada na culinária.

Semelhanças e diferenças entre menta e hortelã

Ambas as folhas são ricas em mentol, composto com propriedades descongestionantes e expectorantes. Elas também compartilham benefícios semelhantes, como ação digestiva e antioxidante, mas as concentrações de compostos ativos como mentol e acetato de mentila são mais intensas na menta e influenciam seus efeitos terapêuticos. Por causa deles, a planta também é usada de olho em propriedades antioxidantes e antimicrobianas.

A nutricionista Ariane Braz Brasil, do Hospital Edmundo Vasconcelos, em São Paulo, esclarece que as propriedades dos compostos fazem com que os chás das plantas tenham benefícios semelhantes: porém, os benefícios podem ser mais intensos em preparos com a menta.

“Tanto o chá de hortelã quanto o de menta ajudam a aliviar espasmos musculares no trato gastrointestinal e a promover a boa digestão devido às suas propriedades calmantes e anti-inflamatórias, mas elas estão mais presentes na segunda. No entanto, é importante ressaltar que cada pessoa pode reagir de maneira diferente aos remédios naturais e se a dor persistir ou piorar, é aconselhável procurar orientação médica”, explica.

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A menta, mais pontiaguda em suas folhas, tem mais mentol que o hortelã

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O chá de hortelã é usado para combater problemas digestivos e dores menstruais

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Infusão de hortelã ainda pode ser usada para má digestão, náusea, vômitos e problemas intestinais

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Benefícios para a saúde do chá de menta

  • Digestivo: alivia náuseas, gases, indigestão e síndrome do intestino irritável (SII), pois relaxa a musculatura gastrointestinal, reduz os gases e o inchaço abdominal.
  • Analgésico suave: reduz dores de cabeça tensionais, seja ao ingerir a infusão ou fazer a inalação do vapor. Também pode ajudar a aliviar cólicas.
  • Antioxidante: combate radicais livres graças a polifenóis como o ácido rosmarínico.
  • Respiratório: desobstrui as vias aéreas em casos de resfriado (ação expectorante).
  • Antimicrobiano: atua contra concentrações maléficas de bactérias no intestino como E. coli e H. pylori.

Benefícios do chá de hortelã

  • Os mesmos efeitos digestivos da menta.
  • O mesmo efeito de analgésico suave.
  • Um efeito antioxidante similar ao da menta, mas mais fraco.
  • Combate à ansiedade: tem efeito relaxante, melhorando a qualidade do sono e ajudando no alívio do estresse.
  • Reforço da imunidade: ajuda a fortalecer o sistema imunológico por ter uma presença suave de vitamina C.

Como consumir o chá de menta?

A recomendação é consumir de uma a três xícaras de chá de menta ao dia, evitando a ingestão próxima ao horário de dormir para não agravar refluxos.

A bebida deve ser preparada como uma infusão: primeiro se ferve aproximadamente meio litro de água para cada meia xícara de folhas trituradas. As folhas são adicionadas à água aquecida, onde devem ficar descansando por cerca de cinco minutos antes de coar e beber.

Quem não deve tomar?

As contraindicações da ingestão frequente dos chás das plantas incluem os pacientes que têm refluxo gastroesofágico (há risco de aumentar os sintomas de queimação), gestantes (risco de contrações uterinas involuntárias que podem prejudicar o feto) e crianças menores de cinco anos (pelo risco de laringoespasmo, o fechamento da garganta).

Pessoas que usam medicamentos contínuos também devem estar atentos antes de incluir um novo alimento frequente na dieta pelo risco de interações medicamentosas. No caso dos chás de menta e hortelã, indivíduos que tomam especialmente anti-hipertensivos e drogas metabolizadas pelo fígado devem avisar ao médico antes de fazer uso das bebidas.

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Fonte: Metrópoles