O chá de Bidens pilosa, conhecido popularmente como chá de picão-preto, é uma infusão medicinal amplamente utilizada na medicina tradicional por suas propriedades benéficas à saúde.
A nutricionista Carla de Castro, da clínica Sallva, em Brasília, explica que a bebida possui efeitos anti-inflamatórios, antioxidantes e protetores do fígado, além de contribuir para o equilíbrio do organismo. “O chá tem um impacto positivo nos processos inflamatórios e pode apoiar a saúde mental”, afirma.
Rico em flavonoides e compostos fenólicos, o picão-preto auxilia no controle de inflamações crônicas, sendo útil no tratamento de doenças autoimunes e distúrbios metabólicos. Além disso, pode ajudar no equilíbrio do sistema nervoso central, beneficiando quem sofre com transtornos como depressão e fadiga mental.
Outro ponto de destaque é sua ação hepatoprotetora, auxiliando na desintoxicação do fígado e na proteção contra danos oxidativos. “No entanto, o consumo deve ser associado a hábitos saudáveis. O chá pode ser um complemento, mas não substitui uma alimentação equilibrada”, ressalta Carla.
Além de fortalecer o sistema digestivo e imunológico, a infusão também pode ser útil no controle de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, explica a nutricionista Maria Eduarda Zytkuewisz Camargo, de Florianópolis.
“O chá pode auxiliar no tratamento de hepatites, infecções urinárias e uterinas, além de aliviar sintomas de resfriados e dores de garganta”, afirma. Outro benefício apontado é sua ação antimicrobiana, que pode contribuir para o tratamento da candidíase.
“O chá de picão-preto é um bom aliado na prevenção e no tratamento de diversas condições de saúde, mas deve ser consumido com cautela e, de preferência, sob orientação profissional”, recomenda Maria Eduarda.
Contraindicações e interações medicamentosas
Apesar dos benefícios, o chá de picão-preto não é indicado para todas as pessoas. Gestantes e lactantes devem evitar o consumo, pois a erva pode estimular contrações uterinas e afetar o equilíbrio hormonal.
Além disso, devido ao efeito diurético, o consumo excessivo pode interferir na ação de medicamentos para diabetes e hipertensão. “O chá pode causar quedas na pressão arterial e episódios de hipoglicemia, além de intensificar a ação de anticoagulantes, aumentando o risco de sangramentos”, alerta Maria Eduarda.
Por isso, antes de incluir a infusão na rotina, é essencial consultar um profissional de saúde, garantindo um consumo seguro e adequado às necessidades individuais.
Como preparar o chá de picão-preto?
Para preparar a infusão, a nutricionista Jéssica Margarido, da clínica Estima Nutrição, recomenda o uso de uma colher de chá da planta (5 g) para cada 250 ml de água fervente. “Tampe e deixe em infusão por cerca de cinco minutos antes de coar e consumir. A recomendação é tomar até 250 ml, no máximo duas vezes ao dia”, orienta.
Carla destaca que a erva não deve ser fervida diretamente na água para evitar a perda de propriedades benéficas. O ideal é aquecer o líquido, retirar do fogo e adicionar a planta, deixando-a em infusão. O chá pode ser consumido morno ou frio, conforme a preferência.
Para potencializar os efeitos antioxidantes e calmantes, a bebida pode ser combinada com ervas como camomila ou erva-cidreira.
“Se o objetivo for relaxamento e melhora do sono, o consumo à noite é mais indicado, evitando os períodos em que precisamos de mais energia”, acrescenta Carla.
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Fonte: Metrópoles