A saída de dois dos fundadores do Porta dos Fundos – Antonio Tabet e Ian SBF – pegou muita gente de surpresa, entre fãs e colegas do mercado de mídia.
No entanto, de acordo com a Folha de S. Paulo, o movimento não foi tão surpreendente para quem acompanha os trabalhos da produtora de perto.
Segundo funcionários, ex-funcionários e pessoas ligadas ao grupo, a saída não foi tão amistosa quanto se vendeu, havendo muitas discordâncias em relação aos rumos da produtora.
A Paramount também deixou de ser sócia do grupo, restando apenas Gregório Duvivier, Fábio Porchat e João Vicente, que é quem tem liderado os rumos empresariais, fazendo a interlocução entre funcionários e produtores.
O jeito de comandar de João seria alvo de críticas de funcionários. Ele é caracterizado como “intransigente” e com “pouco diálogo com quem tem ideias diferentes das suas”. O crescimento dele dentro da empresa teria ocorrido pela proximidade com Porchat e Duvivier.
O fato de João Vicente falar pelos três na ausência dos colegas também teria gerado insatisfação em SBF e Tabet, que não frequentavam a sede da produtora há quase um ano.
Thati Lopes, Evelyn Castro, Ed Gama, Rafael Portugal são alguns dos nomes que tinham contrato e foram desligados da empresa. Eles passaram a ser contratados por obra.
Com a saída da Paramount, o Porta dos Fundos deve acessar leis de incentivo, o que não ocorria antes.
Os sócios
Os três sócios reforçaram a versão de que as saídas foram tranquilas e sem rusgas.”Foi tranquilíssimo. O Ian e o Tabet estão em uma fase incrível de trabalho. O Tabet está muito bem com uma peça de teatro e o SBF está produzindo sem parar publicidade. Foi um momento em que todo mundo parou e pensou: ‘é isso, é isso’. Graças a Deus não teve briga, não teve nada, está todo mundo feliz e é isso”, afirmou João Vicente.
Gregório enfatizou que a saída foi amistosa. “Tenho o maior carinho pelos dois, e inclusive planos juntos. Eles já estavam mais distantes da empresa, o Ian morando em São Paulo, o Kibe [Antonio Tabet] viajando o país com a peça. Mas não teve nenhuma briga, não.”
Fábio assinalou que as muitas visões e personalidades diferentes são o que fortalece a produtora. “O João sempre foi uma peça-chave tanto no desenvolvimento criativo quanto na articulação com o mercado. Um pilar fundamental para o Porta dos Fundos, assim como todos os demais fundadores.”
Tanto Antônio Tabet quanto Ian SBF afirmaram ter nada para falar sobre o assunto no momento.
Fonte: Metrópoles