Ovos e café puxam alta da cesta básica em fevereiro, diz AbrasMercado

A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) informou, nesta quinta-feira (20/3), que as altas nos preços dos ovos e do café torrado e moído puxaram o aumento do valor da cesta básica de alimentos no Brasil.

Em fevereiro, o preço médio da cesta de 35 produtos de largo consumo subiu 0,73%, ante janeiro. Segundo o AbrasMercado — indicador que mede a variação de preços nos supermercados —, o valor da cesta básica passou de R$ 800,75 para R$ 806,61 (na média nacional).

No mês passado, o café torrado avançou 10,77% e os ovos, 15,39%.

O preço da cesta básica de alimentos básicos, com 12 produtos, avançou 0,70% em fevereiro. A cesta básica aumentou de R$ 345,56 para R$ 347,99, na média nacional.

Consumo nos lares brasileiros

Segundo a Abras, o consumo nos lares brasileiros recuou 4,25% em fevereiro na comparação com janeiro. No bimestre, o consumo tem alta acumulada de 2,24%. Em relação a fevereiro do ano passado, ele cresceu 2,5%.

O vice-presidente da Abras, Marcio Milan, explicou que a queda do consumo das famílias brasileiras em fevereiro foi um “movimento típico e sazonal”. “Já era esperado esse recuo”, frisou.

A associação ressaltou que nos dois primeiros meses do ano, o orçamento familiar é pressionado por despesas obrigatórias. Com isso, é priorizado os gastos fixos e, consequentemente, o consumo cai no período.

“Apesar desse recuo pontual em fevereiro, o crescimento anual reflete fatores como o reajuste do salário-mínimo, recursos dos programas de transferência de renda e melhora do mercado de trabalho”, analisou Milan.

Para a Abras, a tendência do consumo nos lares para os próximos meses é de “recuperação” a partir de março. “A pressão inflacionária persiste, mas esses estímulos devem contribuir para o poder de compra das famílias”.

Isenção de importações tem impacto a médio prazo

Ao ser questionado sobre a medida do governo federal de isentar o imposto de importação (II) de 11 alimentos, Milan ressaltou que a ação pode ajudar na redução dos preços para o consumidor.

No entanto, o vice-presidente lembrou que trata-se de uma medida de médio prazo e não de curto prazo. Segundo ele, “as empresas não estavam preparadas para fazer esse tipo de negociação ou esse tipo de importação”.

Milan estima que, caso as empresas tenham iniciado esse processo de comprar produtos com imposto de importação zerado, o impacto do barateamento dos preços levará, no mínimo, 60 dias.

“[São] dois meses para que essa operação toda seja finalizada e internalizada, para que os consumidores possam se beneficiar com isso”, completou ele.



Fonte: Metrópoles

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