Pouca gente acompanha os bastidores da disputa de 2026 no ambiente da esquerda no Acre, mas, igual o da direita, o palanque de Lula está tentando se firmar – e pegando fogo por aqui.
Lula certamente vai querer um palanque completo no Acre, mas está faltando ele combinar com Jorge Viana, principal responsável para organizar o projeto político eleitoral da Federação em 2026 e que se arvora ser o único representante da esquerda capaz de fazer história nas urnas.
O ex-governador tentará uma disputa ao senado, mas sequer está preocupado se o seu entorno terá uma boa chapa de candidatos a deputados federais. Exige em torno de si o apoio de todas as legendas e nomes que governaram o estado por 20 anos, numa evidente intenção de minar seus próprios correligionários.
Viana esquece que o PSD construiu uma excelente relação do senador Sérgio Petecão com a base lulista, na Câmara e no Senado, mesmo que o presidente nacional, Gilberto Kassab, seja secretário de um governador bolsonarista (Tarcisio de Freitas, de São Paulo). Isto põe o senador acreano, construtor de alianças pró-Lula no Congresso Nacional, mais próximo do Planalto, com ampla possibilidade de esse gesto de lealdade ser convertido em apoio direto do presidente da República em torno de sua reeleição.
É óbvio que qualquer nome do PT no Acre não teria chance, por exemplo, com a comunista Perpétua Almeida, que acabou virando alvo central de Jorge nessa obstinada intenção de agregar tudo e todos em torno de si próprio.
Jorge Viana acredita no segundo voto de senador, porque Gladson Cameli é tido como o primeiro senador disparado. Para não dividir as energias limitadas da esquerda no Acre, o presidente da Apex Brasil estaria desarticulando a formação de uma chapa forte de federal, com o objetivo de tirar a possibilidade da eleição de Perpétua Almeida, que tem deixado os petistas na poeira nos últimos pleitos.
Articuladores estão vendo a estratégia de Jorge Viana como “equivocada”.
“Ele deveria focar uma boa chapa de federal, capaz de lhe dar boa sustentação – Angelim, Sibá Machado, Nazaré Araújo, André Kamai, Daniel Zen, por exemplo. Mas, como dito acima, nenhum desses irá merecer atenção de Viana.
Os dados estão rolando.