A 1ª Turma do Supremo Tribunal (STF) decidiu nesta sexta-feira (14), por unanimidade, manter a prisão do general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa de Jair Bolsonaro (PL), preso em 14 de dezembro sob suspeita de interferência nas investigações da tentativa de golpe de estado.
Os ministros julgam o pedido dos advogados de Braga Netto contra a prisão. O julgamento começou na semana passada em plenário virtual, e finalizou em 5 a 0 para manter a prisão do general.
A 1ª Turma do STF é formada pelos ministros Cristiano Zanin (presidente), Alexandre de Moraes, Luiz Fux, Flávio Dino e Cármen Lúcia.
Dinheiro em sacola de vinho
Em novembro, a PF indiciou Braga Netto, Bolsonaro e outros nomes do governo passado por tentativa de golpe de Estado e outros crimes. Segundo a corporação, o general Walter Souza Braga Netto tinha conhecimento de ações ilícitas relacionadas ao golpe e participou ativamente do financiamento dessas atividades, incluindo a entrega de recursos aos golpistas em uma sacola de vinho.
O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, confirmou em sua delação ter recebido de Braga Netto dinheiro, dentro de uma sacola de vinho, no Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente da República. O valor seria usado na tentativa de golpe.
A afirmação do militar está em um dos depoimentos que Cid prestou a autoridades no contexto de sua colaboração premiada homologada pelo ministro Alexandre de Moraes, no Supremo Tribunal Federal (STF).
Julgamento no STF
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Cristiano Zanin marcou para o dia 25 de março o julgamento da denúncia sobre Bolsonaro, Braga Netto e mais 6 acusados de tentativa de golpe de Estado. Zanin é o presidente da 1ª Turma do STF.
Se a denúncia for aceita, Bolsonaro e os outros denunciados deixarão de ser indiciados e passarão a ser réus.