“Torço para que Brics não vire aliança anti-ocidental”, diz Troyjo à CNN

Com a autoridade de quem comandou por quase três anos o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), também conhecido como Banco dos Brics, o economista Marcos Troyjo avalia que a ampliação recente do grupo deixou uma série de perguntas sobre o seu próprio significado.

Ele lembra que o acrônimo foi criado por Jim O’Neill, do Goldman Sachs, para referir-se a quatro economias emergentes – Brasil, Rússia, Índia e China – que abocanhariam uma fatia cada vez maior do PIB global.

Depois, houve a inclusão da África do Sul para dar o peso de um representante do continente africano.

Essa ideia foi substituída por alguma outra coisa. Você passou a ter o Irã, um dos países mais sancionados do mundo, como membro do Brics”, observa Troyjo, que presidiu o NDB entre 2020 e 2023.

“Passou até a Etiópia, que é um país com renda per capita pouco maior de US$ 1 mil [por ano]. Então, aquilo que tinha uma certa coerência foi substituído por outra coisa que ainda não dá para saber bem o que é”, acrescenta.

Além de Irã e Etiópia, outros três países foram incorporados pelo Brics: Arábia Saudita, Egito e Emirados Árabes. Neste ano, a Indonésia também aderiu formalmente.

“Eu torço muito para que o Brics não se torne uma aliança anti-ocidental. Porque o Brasil é um país ocidental, né? Então, estaria jogando contra os seus próprios interesses.”

Em 2025, o Brasil exerce a presidência rotativa do grupo. A cúpula de líderes do Brics está marcada para julho, no Rio de Janeiro.

Em participação no CNN Entrevistas, que vai ao ar neste sábado (8), Troyjo lamentou a paralisia no processo de adesão do Brasil à Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Outros cinco países – Argentina, Peru, Bulgária, Croácia e Romênia – foram admitidos junto com o Brasil para negociar sua entrada na OCDE.

É um processo lento, que requer a incorporação de dezenas de acordos, mas entrou em banho-maria no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“Nós seríamos o único país do mundo [a ser] membro do Brics, do G20 e também da OCDE”, disse Troyjo.

Este conteúdo foi originalmente publicado em “Torço para que Brics não vire aliança anti-ocidental”, diz Troyjo à CNN no site CNN Brasil.

Desgaste de Lula com CPMI do INSS pode ser incalculável, diz especialista

A CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) representa um potencial risco político significativo para o governo, conforme...

Filipe Luís celebra goleada do Flamengo sobre Vitória: “Foi fantástico”

O Flamengo recebeu o Vitória, na noite desta segunda-feira (25), pela 21ª rodada do Campeonato Brasileiro, e goleou por 8 a 0, no Maracanã,...

Pedro celebra marca histórica pelo Flamengo no Maracanã: “Sonho de criança”

Pedro chegou à marca de 102 gols no Maracanã. Após marcar três vezes na goleada histórica do Flamengo sobre o Vitória, nesta segunda-feira (25), o atacante destacou a superação...