O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta segunda-feira (31) que poderia viajar para a Arábia Saudita já no mês que vem, e que a viagem incluirá visitas a outros países também, como o Catar e possivelmente os Emirados Árabes Unidos.
“Pode ser no mês que vem, talvez um pouco mais tarde”, disse Trump no Salão Oval. “Também iremos para o Catar, e possivelmente para alguns outros países. Os Emirados Árabes Unidos são muito importantes.”
“Da última vez que fui à Arábia Saudita, coloquei-a em primeiro lugar na lista porque eles concordaram em comprar US$ 450 bilhões em bens americanos, militares e outros”, disse Trump. “Concordei em fazer isso de novo, mas — e eles concordaram em gastar perto de um trilhão de dólares em nossas empresas americanas, o que para mim significa empregos.”
“Uma oportunidade de viagem internacional para o presidente é algo que está sendo analisado. Ainda não temos um plano específico e forneceremos essa informação quando for oficial”, disse um funcionário da Casa Branca em resposta à reportagem da Axios de que Trump está planejando uma viagem para meados de maio.
A primeira viagem de Trump ao exterior durante seu mandato anterior foi uma turnê por cinco países que incluiu Arábia Saudita, Israel, o Vaticano, uma cúpula da OTAN em Bruxelas e uma cúpula do G7 na Sicília.
A Arábia Saudita tem sediado reuniões de alto risco de altos funcionários americanos, russos e ucranianos. Isso ressalta as aspirações do reino de se tornar um ator global capaz de mediar conflitos internacionais com sucesso.
Os sauditas mediarem o encontro entre altos funcionários dos EUA e da Rússia no mês passado, as primeiras conversas diretas entre Washington e Moscou desde a invasão da Ucrânia pela Rússia.
O local para essas conversas — descrito na época pelo porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, como um que “geralmente convém” aos Estados Unidos e à Rússia — é amplamente considerado uma vitória para o líder de fato do reino, de 39 anos, o príncipe Mohammed.
Ele está em uma missão para transformar o país rico em petróleo e seu passado fundamentalista islâmico em uma nação que pode cultivar “soft power” (estratégia para conquista de prestígio sem uso de força) a partir de imensa riqueza.
Tudo faz parte de uma mudança mais ampla. Nos últimos anos, a Arábia Saudita realinhou suas políticas em direção à neutralidade em conflitos globais com a esperança de se afastar da guerra e se aproximar de atrair bilhões de dólares em investimentos que poderiam ajudar a alcançar a “Visão 2030” – o plano do príncipe herdeiro de diversificar a economia saudita para longe do petróleo.
A ascensão do príncipe Mohammed como um corretor de poder nas negociações decorre de seu relacionamento próximo com Trump, que apoiou o jovem membro da realeza quando ele foi rejeitado internacionalmente após o assassinato do colunista do Washington Post Jamal Khashoggi em 2018 por agentes sauditas.
Em 2017, Trump rompeu com a tradição ao escolher a Arábia Saudita para sua primeira visita presidencial internacional.
Este conteúdo foi originalmente publicado em Trump diz que pode viajar para a Arábia Saudita no próximo mês no site CNN Brasil.