Durante a sessão desta quinta-feira (18/4) no Supremo Tribunal Federal (STF), um momento de descontração entre os ministros marcou a apresentação do voto do relator Alexandre de Moraes, no julgamento da denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o chamado “núcleo 2” da tentativa de golpe de Estado.
O ministro Flávio Dino, recém-chegado à Corte, mencionou um trecho do Antigo Testamento ao comentar sobre práticas condenadas pela Bíblia, em especial o empréstimo de dinheiro a juros. A referência bíblica provocou uma resposta bem-humorada de Moraes: “Vossa Excelência é candidato a papa. Eu percebo uma certa… tendência”, disse o relator, arrancando risos no plenário.
Veja as fotos
O diálogo ocorreu enquanto Moraes se manifestava sobre os chamados “juristas da internet”, alvos de críticas por disseminação de informações falsas. Dino aproveitou para reforçar o ponto: “Quanto a essas fake news, Vossa Excelência tem total razão e acho muito mais constrangedor quando se trata de pessoas que se autodenominam juristas”.
A ministra Cármen Lúcia também entrou na conversa, pontuando o uso do termo “jurista”: “Às vezes Vossa Excelência está levando jurista como se fosse o profissional do saber jurídico, e às vezes juristas têm outras conotações, por exemplo, quem pega dinheiro a juros ou empresa, é jurista. É preciso também levar com cuidado, as palavras em português têm vários sentidos”.
Dino, então, retomou a menção religiosa: “E apenas para não deixar a Bíblia de fora, quem empresta dinheiro a juros comete um pecado, segundo o Antigo Testamento”.
A troca de falas, embora leve, ocorreu em meio a um julgamento sério que envolve suspeitas de articulação golpista. A sessão deu continuidade à análise da denúncia contra uma segunda leva de investigados pelo suposto envolvimento na tentativa de ruptura institucional após as eleições de 2022.
Fonte: Portal LEODIAS