Clube do interior de São Paulo é acusado de exploração e maus-tratos a menores

O sonho de se tornar jogador profissional de futebol move milhares de jovens no Brasil. Mas, para um jovem de 15 anos, essa esperança virou um pesadelo. Um ex-atleta da categoria de base do Independente de Limeira, que disputa a 5ª divisão do Paulistão, teria sido vítima de um esquema de cobranças irregulares, negligência institucional e abandono em condições precárias. A denúncia formal foi feita pela mãe do jovem ao Ministério Público e autoridades competentes.

A reportagem do portal LeoDias teve acesso à troca de mensagens com exclusividade e ao conteúdo da denúncia, que revela um cenário alarmante de possíveis violações à Lei Pelé (Lei 9.615/98), que proíbe a cobrança de qualquer valor a menores por clubes de formação.

Veja as fotos

Pix enviado da genitora para o clube
Pix enviado da genitora para o clube
Imagens dos garotos sozinhos em casa
Imagens dos garotos sozinhos em casa
foto da cozinha com beliches
foto da cozinha com beliches
Garotos limpando o espaço externo
Garotos limpando o espaço externo
Meninos em casa sozinhos
Meninos em casa sozinhos
Troca de conversas
Troca de conversas
Troca de conversas
Troca de conversas
Troca de conversas
Troca de conversas
Troca de conversas
Troca de conversas
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Chegada ao clube

O garoto de 15 anos foi aprovado em uma avaliação do Independente de Limeira, realizada em dezembro de 2024. Segundo os relatos, Lucas Stuchi Monteiro, treinador da categoria sub-17, prometeu estrutura profissional, transporte escolar, acompanhamento nutricional e participação no Campeonato Paulista da categoria, mesmo o jovem sendo da categoria 2009.

A realidade, no entanto, foi bem diferente. Ao levar o filho para o alojamento, a família descobriu que o endereço informado não condizia com a moradia real. O jovem de 15 anos foi levado a outro imóvel, sem sofá, sem televisão, com sujeira evidente e sem supervisão adulta. O valor cobrada inicialmente foi de R$ 1.200,00, renegociada para R$ 1.100,00, valor que foi pago via Pix a Laudenir Lopes, coordenador da base do clube.

Cobranças ilegais

Além da mensalidade, a mãe do jovem afirma que houve ainda tentativas de cobrança de R$ 35,00 pela inscrição em torneio e R$ 180,00 por uma suposta transferência do clube anterior. A denúncia, registrada no MP, enfatiza que tais cobranças seriam ilegais. Segundo a genitora, nenhum contrato foi firmado, não havia responsável fixo nos alojamentos, e as refeições eram feitas em outro imóvel, há cerca de 16 minutos do local. Além disso, o deslocamento escolar era feito a pé, sem supervisão.

Em um dos momentos mais críticos do relato, o jovem de 15 anos teria sido furtado no alojamento e, ao comunicar o ocorrido, ficou com medo de falar com o coordenador.

Alojamentos insalubres e ausência de adultos

O Conselho Tutelar vistoriou os alojamentos e constatou:

  • 20 adolescentes, incluindo cinco peruanos, morando sem qualquer responsável presente;
  • Falta de alimentação, água potável, talheres e higiene;
  • Camas instaladas na cozinha, em condições precárias.

Imagens obtidas por nossa reportagem confirmam as más condições do local onde os jovens ficavam hospedados. 

Os adolescentes também relataram que realizavam tarefas de limpeza forçadas, sem acompanhamento adulto ou estrutura adequada. Além disso, os jovens também eram responsáveis por receber e separar contas de água e luz dos estabelecimentos que eram coletadas por um funcionário do clube.

Indícios de estelionato

Os valores pagos foram direcionados à conta de Laudenir Lopes, e a mãe do jovem pediu quebra de sigilo bancário para apuração de eventual enriquecimento ilícito ou desvio de recursos. Lucas, que se apresenta como técnico, possui apenas licença C da CBF, sendo possivelmente inelegível para a função.

Além disso, não havia grupo de pais, controle de frequência escolar ou qualquer documento de autorização de alojamento. A gestão da rotina dos adolescentes ocorria via mensagens em grupo, com ordens desencontradas e falta de transparência.

Jovem de volta para casa

O jogador voltou para Campinas, onde mora com a família, mas, segundo a mãe, em relato emocionante. “Ele ama o futebol, porém todos da família estão abalados. Eles abandonaram não só meu filho, mas dezenas de outros meninos”, desabafa a genitora em entrevista a nossa reportagem.

Por fim, ela alerta as mães dos jogadores. “Não é só o meu filho. Várias mães mandam seus filhos para esse clube acreditando em um futuro no futebol”, finaliza.

O caso agora aguarda investigação formal por parte do Ministério Público, e deve também ser encaminhado à Federação Paulista de Futebol (FPF), para averiguação das irregularidades técnicas e administrativas.

Independente de Limeira

Até o momento da publicação desta reportagem, o Independente de Limeira não respondeu aos pedidos de esclarecimento. A matéria será atualizada caso haja pronunciamento oficial por parte do clube ou dos envolvidos.

Polícia Civil confirma que foi feita uma denúncia de estelionato e maus-tratos

“O caso mencionado foi registrado como estelionato e maus-tratos na Delegacia de Iracemápolis. A mãe da vítima compareceu à unidade policial informando que seu filho estava alojado em uma dependência de um clube de futebol em condições insalubres, e que é cobrada um valor de R$1.100,00 para que ele possa dormir no local. Além disso, estão cobrando mais R$ 3.000,00 para o inscrever em um campeonato, valor exigido mesmo após o responsável admitir que o jovem não seria convocado para a primeira rodada. Diligências são realizadas visando o esclarecimento de todos os fatos. Demais detalhes serão preservados por envolver menor de idade”.

Ministério Público também recebeu denúncia e está analisando o caso 

“A representação foi protocolada nesta quarta-feira (23), ela está sendo analisada pela promotoria de Justiça da Infância e Juventude de Limeira”.

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Fonte: Portal LEODIAS

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