Como influenciadores estão redesenhando o mercado do audiovisual e da moda

A presença de influenciadores digitais em espaços dominados por modelos e atores profissionais tem crescido rapidamente. Isso é visto, por exemplo, no São Paulo Fashion Week (SPFW) de 2025 que aconteceu recentemente, com influenciadores como Gkay, Luísa Perissé, Maya Massafera e Beatriz Reis na passarela; e em produções audiovisuais exemplos como Bianca Andrade, Camila de Lucas e Pequena Lô.

O fenômeno não é por acaso; para o especialista em tecnologia e autor de livros sobre negócios e comunicação, Ricardo Cavallini, esses casos ganharam proporções inéditas na chamada “Economia da Atenção”.

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Maya Massafera no SPFW de 2025Divulgação: @agfotosite
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Juliano Floss no SPFW de 2025Divulgação: @agfotosite
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Luísa Perissé no SPFW de 2025Divulgação: @agfotosite
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“Ela Disse, Ele Disse” tem Bianca Boca Rosa no elencoReprodução
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“O Lado Bom de Ser Traída” tem Camila de Lucas no elencoReprodução
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“Vidente por Acidente” tem Pequena Lô no elencoReprodução
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“Um Natal Cheio de Graça” tem Gkay no elencoReprodução: Netflix

“Esse fenômeno tem ultrapassado todas as barreiras do ridículo, as pessoas têm escolhido médicos pela quantidade de seguidores do Instagram”, aponta Cavallini. Segundo ele, o atual cenário é o auge de uma lógica na qual a visibilidade supera a técnica.

“Não é exatamente novo substituirmos profissionais por rostos conhecidos. De famosos fazendo dublagem a concorrendo a cargos políticos. Parte disso porque a população em geral confunde fama ou sucesso com capacidade. Não é de hoje que bilionários são considerados gênios e cantores intelectuais”, ponderou.

O exemplo mais explícito está no uso de influenciadores para vender produtos ou representar personagens. “Antigamente se escolhia a personalidade por atributos de marca. O Tony Ramos é um cara confiável e eu preciso desse atributo para a minha marca; o Evandro Mesquita é um cara cool e é isso que minha marca quer ser. Hoje a maior parte dos contratos olham apenas para a mídia”, disse ele.

Segundo Ricardo, o fenômeno dos influenciadores conquistando vários espaços tem relação, portanto, com o crescente mercado financeiro que eles ocupam – cerca de 500 bilhões de dólares mundialmente até 2027, conforme o banco Goldman Sachs.

“Não me levem a mal, influenciadores podem ter vários outros benefícios para a marca. Eles podem ter uma capacidade e criatividade de produção enorme, saber falar a língua de determinado público e ainda ter uma comunidade; mas não substituem o ator famoso do veículo grande, eles substituem o veículo”, explicou o especialista.

Isso explica por que certos nomes, como Cavallini citou Ivete Sangalo, Luciano Huck ou Rafael Portugal, figuram em quase todo tipo de publicidade, independentemente do segmento. “A agência e o cliente que escolhe alguém apenas por ser famoso ou ter mais seguidores está fazendo uma escolha segura e preguiçosa. É por esse motivo que temos sempre as mesmas personalidades fazendo propaganda. É sustentável, infelizmente, porque o insucesso raramente cai sobre quem fez essa escolha. Se a bilheteria de ‘Enrolados’ foi pior que ‘Toy Story 3’ ou ‘Frozen’, dificilmente alguém vai culpar quem escolheu o Luciano Huck para dublar o príncipe, pois são muitos os fatores que definem a bilheteria”, pontuou.

Para Cavallini, o problema não está em influenciadores ocuparem espaços, mas no motivo pelo qual são escolhidos: quase nunca é pela capacidade artística, mas pelo número de visualizações.

Ele também alerta para o impacto que esse modelo pode ter sobre a formação profissional. “Se o sucesso na sua profissão deixar de depender da sua formação e seu desenvolvimento técnico, uma parcela menor das pessoas irá se preocupar com isso”, avalia. Isso pode comprometer, a longo prazo, a qualidade e a profundidade de trabalhos nas áreas de cinema, televisão e moda.

“Muitos filmes tiveram sucesso pegando pessoas que não eram atores, mas perceba que o motivo pelo o qual Fernando Meirelles escolheu atores da comunidade para fazer ‘Cidade de Deus’ não foi pela quantidade de seguidores. Você quer ter mídia espontânea ou quer fazer um bom filme?”, argumentou ele.

Para o futuro do audiovisual, nomes das redes sociais estão sendo escalados para filmes e séries. Exemplo é Rafa Kalimann e Viih Tube: as ex-BBBs estarão no filme “Uma Babá Gloriosa”, estrelado pela atriz e cantora Cleo.



Fonte: Portal LEODIAS

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