O presidente Daniel Noboa mantém uma vantagem surpreendentemente ampla na corrida presidencial do Equador neste domingo (13), à frente de sua rival de esquerda, Luisa Gonzalez, por 56% a 44%, com base em resultados parciais.
A expectativa era de um segundo turno mais acirrado, depois que Noboa terminou o primeiro turno de fevereiro com uma vantagem de apenas 16.746 votos sobre González.
Mas na noite deste domingo, com quase 84% das urnas apuradas, Noboa está à frente por mais de um milhão de votos.
Noboa, um herdeiro de negócios de 37 anos, está na presidência há pouco mais de 16 meses, após derrotar González na disputa de 2023 para encerrar o mandato de seu antecessor.
Ele afirma que seu plano de segurança “Fênix”, que inclui mobilizações militares nas ruas, reforço da segurança portuária e mais apreensões de drogas e armas, está rendendo frutos, incluindo uma redução de 15% nas mortes violentas no ano passado.
Assassinatos, contrabando de armas, roubo de combustível, extorsão e outros crimes cometidos por grupos criminosos locais aliados a cartéis mexicanos e à máfia albanesa dispararam nos últimos cinco anos. Enquanto isso, a economia tem lutado para se recuperar após a pandemia e o desemprego tem aumentado.
González, que votou na província costeira de Manabi, prometeu retomar os programas sociais implementados pelo ex-presidente Rafal Correa durante sua década no poder, iniciada em 2007, bem como melhorar a segurança. Ela afirmou que Noboa improvisou sua governança.
Noboa planejava assistir aos resultados na cidade litorânea de Olón, onde também votou acompanhado da esposa e dos filhos. González está em Quito.
“Os equatorianos querem mudanças reais”, disse Noboa em seu último evento de campanha em Guayaquil, na quinta-feira (10). “Neste domingo, daremos uma lição àquela revolução fracassada, àqueles maus funcionários que nos atacam, a todas as máfias que tiraram nossa paz e a toda a corrupção que nos impediu de seguir em frente.”
Ele previu um crescimento econômico de 4% este ano se suas políticas – incluindo um aumento na arrecadação de impostos e algumas medidas de austeridade – continuarem. Noboa prometeu evitar novos cortes de energia e impulsionar o setor petrolífero com investimentos privados..
“Estou cansada dos mesmos políticos do passado”, disse Nubia Armas, de 52 anos, que votou em Noboa em Quito. “Ele é um jovem que representa novas ideias para o país. Confio em seus planos.”
González destacou o aumento anual de assassinatos em janeiro e fevereiro como evidência de que os equatorianos continuam inseguros, e disse que mobilizaria 20.000 novos policiais se vencesse.
Ela garantiu o apoio de uma parte significativa do movimento indígena do país, embora grupos indígenas na Amazônia tenham afirmado que apoiariam Noboa.
Embora Gonzalez tenha afirmado que ela, e não Correa, governaria caso vencesse, alguns parlamentares do partido Revolução Cidadã sugeriram que o ex-presidente – condenado a oito anos de prisão por corrupção em 2020 e que mora na Bélgica – poderia retornar ao Equador.
Correa havia alertado que Noboa não entregaria o poder caso perdesse.
Este conteúdo foi originalmente publicado em Daniel Noboa lidera corrida presidencial do Equador no site CNN Brasil.