Déficit das contas externas chega a US$ 2,2 bilhões em março, diz BC

O déficit das contas externas do Brasil foi de US$ 2,2 bilhões em março, segundo dados do Banco Central (BC). O resultado foi menor do que o registrado no mesmo mês do ano passado, quando houve saldo negativo de US$ 4,1 bilhões.

No acumulado de 12 meses até março, as transações correntes somam déficit de US$ 68,5 bilhões, bem acima do registrado no mesmo mês do ano passado, US$ 26,3 bilhões. Esse desempenho indica que o Brasil gasta mais do que recebe do exterior.

Os dados fazem parte do relatório de estatísticas do setor externo, publicado nesta segunda-feira (28/4) pelo BC. O documento compila os valores dessas movimentações financeiras mês a mês.

Para o cálculo mensal das transações correntes, o Banco Central considera o saldo da balança comercial (diferença entre os valores das importações e das exportações), os serviços e a movimentação de renda para outros países.


Entenda as contas externas

  • As contas externas (ou transações correntes) são um dos principais indicadores sobre o setor externo do Brasil.
  • O resultado das transações correntes é formado pelo balanço de pagamentos da compra e venda de mercadorias, balança de serviços e as transferências unilaterais.
  • Um saldo negativo (déficit) nas contas externas significa que o país enviou mais dinheiro para o exterior do que recebeu. Enquanto um saldo positivo (superávit) indica que o Brasil recebeu mais dinheiro do que transferiu para outros países.
  • Em 2024, o saldo negativo somou quase US$ 56 bilhões — o equivalente a 2,55% do Produto Interno Bruto (PIB).

André Valério, economista sênior do Inter, entende que o resultado “foi uma surpresa positiva” frente ao que projetou o mercado financeiro. A melhora do resultado veio do bom desempenho da balança comercial.

Valério diz que também houve uma “surpresa positiva no saldo de renda primária”, o que indica uma saída menor de remessas para os investidores estrangeiros nessa época do ano.

Para o economista, dado o contexto da guerra tarifária entre China e Estados Unidos, espera-se que “a deterioração que temos visto nas transações correntes desde fevereiro de 2024 seja suavizada num patamar que seja suficientemente coberto pelo investimento direto no país, mantendo a balança de pagamentos do Brasil em patamar desestressado”.

Contas externas em março

Em março, a balança comercial de bens (saldo entre importações e exportações) teve superávit de US$ 7,6 bilhões. No mesmo mês do ano passado, o país registrou superávit de US$ 6,4 bilhões. Segundo o BC:

  • As exportações somaram US$ 29,4 bilhões; e
  • As importações totalizaram US$ 21,8 bilhões.

Um dos motivos para a melhora do saldo positivo foi que as exportações subiram 5,3% e as importações cresceram com menor força, com alta de 0,9% em relação a março de 2024.

O Brasil também teve déficit na conta de serviços, que totalizou saldo negativo de US$ 4,4 bilhões em março — o que representa um aumento de US$ 460 milhões frente ao déficit computado no mesmo período do ano passado.

Os destaques vão para as altas das despesas líquidas de:

  • Serviços de propriedade intelectual (+70,5%), que somaram US$ 1,1 bilhão;
  • Serviços de transportes (+20,3%), que custaram US$ 1,1 bilhão;
  • Serviços de aluguel de equipamentos (+15,2%), que foram de US$ 1,1 bilhão; e

Além disso, os turistas brasileiros gastaram US$ 1,5 bilhão com viagens internacionais, ante US$ 1,4 bilhão em março de 2024.

Investimentos e reserva internacional

Do lado dos ganhos, o BC informou que a entrada de investimentos estrangeiros foi menor em março. Os investimentos diretos no país (IDP) somaram US$ 6 bilhões em março, abaixo dos US$ 10,2 bilhões computados no mesmo mês do ano passado.

Nos últimos 12 meses até março, o IDP acumula US$ 68,2 bilhões em investimentos (3,19% do PIB), contra US$ 72,5 bilhões (3,38% do PIB) em fevereiro, e US$ 64,1 bilhões (2,85% do PIB) em relação a março de 2024.

O Banco Central informou que o saldo das reservas internacionais do país aumentou em março frente a fevereiro. Com isso, o Brasil tem estoque de US$ 336,2 bilhões para se proteger contra crises externas.



Fonte: Metrópoles

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