Os diretores das Unidades de Referência em Atendimento em Saúde (Uraps) e das Unidades de Saúde da Família (USF) em Rio Branco ameaçam paralisar suas atividades. Eles estão exonerados desde o fim do primeiro mandato do prefeito Bocalom e até o momento não foram renomeados, muito embora continuem exercendo a função de confiança.
Um grupo formalizou o indicativo de cruzar os braços, em mensagens privadas na rede social, uma vez que o prefeito Bocalom e o secretário Renan Biths têm tratado a situação com indiferença. Pior: apenas um diretor de Urap *Vila Ivonete) teve seu vínculo renovado desde que o prefeito foi empossado para o segundo mandato: trata-se de Franciana Dantas, mulher do ex-deputado Helder Paiva, que era assessor especial do prefeito e está sendo processado por assédio e importunação sexual. Franciana teve sua nomeação publicada no Diário Oficial ainda em fevereiro.
“Aqueles que são de carreira e estão exercendo a função de diretor, sem nomeação, recebem seus salários como servidor de carreira, mesmo com a sobrecarga de trabalho e responsabilidade funcional. Outros, a maioria, estão no cargo como comissionados desde que foram exonerados, mas sem receber como diretores. Isso incomoda muito por que todos têm compromissos financeiros e eles estão trabalhando sem receber desde que o prefeito assumiu o segundo mandato”, informou uma fonte ouvida pela reportagem.
O vereador José Aiache, eleito com apoio dos trabalhadores em saúde, também tem sido criticado por se manter em silêncio diante do impasse. O parlamentar, esperam eles, deveria ter cobrado uma posição do prefeito e do próprio secretário de Saúde, que promove nomeações de parentes de políticos, incha a Semsa para atender pedidos sobretudo do grupo Rueda, ligado ao União Brasil, partido que o indicou para o cargo.
Aiache é da base do prefeito e, igualmente aos demais, calam quando deveriam cobrar e fiscalizar a gestão municipal.
“Eu e vários colegas estamos muito preocupados com a situação da saúde do nosso município, principalmente com a situação das URAPS e USFs, que até hj os gerentes dessas unidades não foram nomeados. Já são 4 meses sem receber, e a gente vê a angústia deles. São pais de família. Nada é falado sobre isso na mídia. O problema é que já estão se articulando e se não for resolvido eles vão parar. Imagina o caos”, concluiu outra diretora que trabalha na função sem nomeação.