O faturamento líquido da indústria de máquinas e equipamentos aumentou 15,2% no primeiro trimestre em comparação com a mesma etapa no ano passado, para R$ 67,5 bilhões, favorecido pela base de comparação mais fraca após um longo período de quedas.
Segundo dados da associação do setor, Abimaq, as vendas domésticas subiram 18% no acumulado do ano até março ante os primeiros três meses de 2024, totalizando uma receita líquida interna de R$ 51,7 bilhões.
A diretora de Competitividade, Economia e Estatística da Abimaq, Cristina Zanella, disse a jornalistas que os setores agrícolas, de construção civil e de infraestrutura têm sido os principais responsáveis pelo aumento nas vendas de máquinas e equipamentos neste início de ano.
Considerando somente o mês de março, a receita total somou quase R$ 24 bilhões, aumento de 13,1% frente ao mesmo mês do ano anterior, e avanço de 3,9% contra fevereiro — embora, com ajustes sazonais, tenha caído 4,9% na base sequencial.
Em apresentação nesta quarta-feira (30), a Abimaq disse que a desaceleração das atividades do setor em relação a fevereiro é reflexo da política monetária doméstica restritiva.
“A recuperação observada no ano parece mais uma correção após anos de retração do que um sinal claro de tendência sustentável”, afirmou a entidade em comunicado à imprensa.
“Embora se espere alguma recuperação nas receitas de vendas em abril de 2025, tanto em comparação a março quanto a abril de 2024, a tendência é de crescimento mais moderado”, acrescentou a Abimaq.
Segundo a entidade, uma retração de 5,1% na carteira de pedidos em março ante fevereiro e de 6,1% em relação a março do ano passado já sinaliza a perda de fôlego.
“Adicionalmente, o protecionismo crescente nos Estados Unidos e o aumento das incertezas globais devem impactar negativamente a tomada de decisão dos investidores”, disse, reafirmando projeção de expansão de 3,7% do setor este ano.
Zanella acrescentou que a reforma tributária só deve gerar resultados positivos no setor de máquinas e equipamentos ao longo dos próximos anos, mencionado o cenário como um dos fatores que “tiram a competitividade” da indústria nacional.
“A China tem entrado em todos os países. Quando a gente olha o mercado mundial de máquinas e equipamentos. Hoje ele é liderado pela China com grande folga. Então, não é só o Brasil que vem sofrendo com as ‘invasões’ de máquinas chinesas”, disse.
As exportações do setor brasileiro de máquinas e equipamentos subiram 2,6% em março na comparação anual, a US$ 1,03 bilhão, enquanto as importações do período somaram US$ 2,64 bilhões, crescimento de 8,6% na mesma base. No trimestre, as importações avançaram 12,9% e as exportações recuaram 5,8%.
“Mas a nossa expectativa é de uma melhora desses valores (de exportação) ao longo do ano… e encerre ao redor de valores próximos do que a gente tinha no ano passado”, disse Zanella.
Este conteúdo foi originalmente publicado em Faturamento do setor de máquinas avança 15% no 1º tri, diz Abimaq no site CNN Brasil.