Dez advogados lotados como comissionados no Governo do Acre e na Prefeitura de Rio Branco estão sendo “convidados” a escolher entre a função pública e o exercício da Advocacia. O ultimato é do presidente da OAB, Rodrigo Ayache, por meio de sua vice, Thais Barros, e está sendo interpretado como grave retaliação. A lista (veja acima) contém profissionais que apoiaram abertamente a chapa oposta à de Ayache na recente eleição para a nova diretoria da Ordem, inclusive o advogado Cristopher Mariano, que atua na defesa jurídica do PP (Partido Progressista) e do governador Gladson Cameli.
Ayache determinou a abertura de processo para licenciamento dos advogados citados. Em resumo: trata-se de uma proibição de exercer a profissão, a menos que estes peçam exoneração de seus cargos públicos.
Num despacho que oseringal teve acesso, a OAB menciona “fatos apresentados” à Comissão que provavelmente vai decidir contra os advogados, sugerindo que houve uma investigação social contra eles. Cada um terá 15 dias para se defender.
Ainda neste domingo iremos detalhar a investigação que Ayache mandou fazer sobre cada um dos envolvidos.
Uma normativa da OAB veda a cumulação da advocacia privada com cargos de chefia e direção na administração pública. O problema é que “desde o mundo é mundo nenhum presidente da OAB se levantou contra isso, sugerindo que há uma intenção tácita de prejudicar esses colegas”, como relatou um advogado muito conhecido no Acre. Ele pediu anonimato, mas ressalta que que a medida causará “muito desgaste” á gestão Rodrigo Ayache.
Todos da lista, sem exceção, já estavam em seus cargos, na administração pública, desde o primeiro mandato do presidente da OAB, não tendo havido qualquer manifestação para o que Rodrigo Ayache chama de “moralização”.