A Instituição Fiscal Independente (IFI), órgão ligado ao Senado Federal, projeta que será necessário um esforço adicional de R$ 72,3 bilhões para cumprimento da meta fiscal de 2026. Esse cálculo já considera os descontos legais previstos para o cumprimento da meta fiscal e usa o limite de tolerância inferior previsto no arcabouço fiscal vigente.
A IFI prevê que o resultado primário de 2026 seja déficit do governo de R$ 128 bilhões, ou 0,95% do Produto Interno Bruto (PIB). A instituição destaca que a meta fiscal para 2026 será de um superávit primário de 0,25%, mais ambiciosa que a meta de déficit zero de 2024 e 2025.
Em 2024, foi registrado déficit de R$ 43 bilhões, dentro do intervalo da meta (0,36% do PIB). Em 2025, também com a meta de déficit zero, a Instituição Fiscal Independente acredita em cumprimento do objetivo, com déficit de R$ 64,2 bilhões, ou 0,51% do PIB, dentro do limite previsto.
Os números projetados para 2025 em diante estão no Relatório de Acompanhamento Fiscal (RAF) de abril, divulgado nesta quarta-feira (16/4). Além do resultado primário, a instituição também prevê uma tendência de piora no endividamento público.
A dívida bruta do governo geral deve chegar a 79,8% do PIB, em 2025, e 84,0%, em 2026, com viés de alta no curto e no médio prazo.
“A IFI reforça o alerta para o risco fiscal futuro, visto que o atual arcabouço não está resultando no estancamento do processo de crescimento da dívida pública brasileira”, argumenta o diretor-executivo da IFI, Marcus Pestana.
A inflação em alta (de 4,8% para 5,5%) e o PIB em queda (de 3,4% para 2,0%) impactam as projeções de receitas em 2025.
A partir de 2027, a instituição lembra que as despesas totais com precatórios voltam a ser computadas para cálculo da meta de resultado primário, o que deverá comprimir ainda mais o orçamento.
Fonte: Metrópoles