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INSS: nova denúncia aponta cobranças indevidas em antecipação a idosos

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INSS: nova denúncia aponta cobranças indevidas em antecipação a idosos

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) anunciou na última segunda-feira (28/4) que pediria a suspensão da possibilidade da antecipação de até R$ 450 do valor do benefício pago aos segurados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), por suspeita de irregularidades.

Quando lançou essa modalidade de antecipação, o Ministério da Previdência Social e o INSS informaram que o valor seria descontado direto no benefício, sem juros e taxas no mês seguinte ao adiantamento.

Para que o programa fosse implementado, instituições financeiras interessadas em oferecer o serviço precisaram firmar um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) com o INSS. Esse ACT é o mesmo tipo de convênio pelo qual entidades privadas fizeram descontos indevidos de mensalidade associativa de aposentados e pensionistas, pivô da atual crise no instituto.

Governo publica suspensão dos acordos do INSS com entidades

Segundo o diretor da Febraban Ivo Mósca, representante da entidade no Conselho Nacional da Previdência Social (CNPS), estão sendo cobradas por algumas instituições financeiras taxas de adiantamento que equivalem a cerca de 5% do cartão de benefícios Meu INSS Vale+.

“O que a gente percebeu é que, hoje, existem pouquíssimas instituições atuando, as quais estão cobrando tarifas [de adiantamento] realmente fora de contexto dos aposentados”, disse Mósca ao Conselho da Previdência, na segunda.

Ele considerou que o produto tem trazido prejuízo aos aposentados e carrega uma série de outros riscos. “Nós estamos enviando um ofício pedindo pela imediata suspensão desse produto, até que ele seja corretamente avaliado pelo ministério, potencialmente pelo conselho, pelo INSS e até mesmo pelo Banco Central, que estará copiado nesse ofício”, completou Mósca. Até a noite dessa terça-feira (29/4), o ofício ainda não havia sido apresentado.


Entenda


O assunto tem o potencial de gerar mais pressão em cima do ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT), que já está sob os holofotes em razão do escândalo dos descontos indevidos nas aposentadorias.

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Ministro da Previdência Social, Carlos Lupi

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O ministro da Previdência, Carlos Lupi

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Ao receber a denúncia da Febraban, Lupi disse que seria o caso de levá-la ao conhecimento da Polícia Federal (PF). “Nossa ideia, nossa vontade era fazer desse adiantamento um alívio na pressão das necessidades dos aposentados e pensionistas”, justificou o ministro.

Valor ampliado

No lançamento do cartão Meu INSS Vale+, em dezembro de 2024, o ministro da Previdência informou que o valor máximo passível de adiantamento (de até R$ 150 por benefício) seria ser reavaliado em três meses, o que acabou ocorrendo em prazo menor, já em fevereiro (veja aqui a instrução normativa que ampliou o valor).

A ideia era analisar a demanda por parte das instituições financeiras e a procura dos beneficiários pelo adiantamento. A ampliação do valor foi feita sem alarde pelo INSS. Para quem ganha um salário mínimo, o valor que pode ser antecipado e fica comprometido no mês seguinte representa quase 30% do total do benefício.

O modelo de antecipação visa cobrir necessidades imediatas do beneficiário, como remédios, comida, gás de cozinha e transporte, a fim de evitar que aposentados e pensionistas recorram a empréstimos, com altas taxas de juros, para pagar pequenas despesas.

“É um valor para pequenas despesas, para tentar de alguma forma melhorar a qualidade de vida do segurado”, disse o então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto.

Em entrevista ao Metrópoles em dezembro, Stefanutto chegou a dizer que a antecipação de benefícios se tornaria uma política permanente.

O INSS ainda não tem um balanço sobre a antecipação dos valores aos aposentados. E ressalta que a ampliação do valor, de R$ 150 para R$ 450, ainda tem curta vigência, já que foi autorizada no fim de fevereiro. Os beneficiários que pediram antecipação em março só tiveram desconto na folha de pagamentos de abril.


Fonte: Metrópoles

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