O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) referente a abril será divulgado nesta sexta-feira (24/4) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse índice é considerado a prévia da inflação.
A expectativa é que o índice desacelere em relação a março. No entanto, a pressão sobre os preços dos alimentos deve persistir. Se esse cenário se confirmar, será mais um obstáculo para o governo federal reverter a tendência de produtos caros nas gôndolas dos supermercados.
O IPCA-15
- O IPCA-15 difere do IPCA, que mede a inflação oficial do país, na abrangência geográfica e no período de coleta, que começa no dia 16 do mês anterior. Por essa razão, ele funciona como uma prévia do IPCA.
- O indicador coleta dados sobre as famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos. Ele abrange: Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador, Curitiba, Brasília e Goiânia.
- Em março, o IPCA-15 foi de 0,64% — um recuo de 0,59 ponto percentual em relação à taxa de fevereiro.
A Warren Investimentos projeta que o IPCA-15 subirá 0,41% em abril. Caso se concretize, esse resultado representaria uma desaceleração frente ao mês anterior, de março, quando subiu 0,64%.
Para a corretora, o IPCA-15 acumulado em 12 meses será de 5,47%. Segundo a Warren, as maiores variações devem ser dos grupos de Alimentação e bebidas (0,86%), Vestuário (0,71%), Saúde e cuidados pessoais (0,52%) e Despesas Pessoais (0,51%).
“De forma geral, vemos riscos para cima em relação ao esperado para a leitura. Principalmente alimentos e em saúde e cuidados pessoais”, avaliou Andréa Angelo, estrategista de inflação da Warren.
Conforme a corretora, a alimentação no domicílio (ou seja, os produtos no mercado) deve subir 0,89% em abril. Enquanto a alimentação fora do domicílio deve crescer 0,80% no mês.
Nesse caso, a inflação dos alimentos seguirá pressionando os preços do produtos e incomodando cada vez mais o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que sofre com o encarecimento da comida no país.
Do outro lado da balança, as quedas podem ser registradas nos preços das passagens aéreas (-2%), da energia elétrica residencial (-0,27%) e da gasolina (-0,16%), segundo estimativas da Warren.
Projeções do mercado para o IPCA
Os analistas do mercado financeiro consultados pelo Banco Central (BC), no relatório Focus dessa terça-feira (22/3), reduziram a projeção de inflação de 2025 e aumentaram a de 2028. As estimativas para 2026 e 2027 permaneceram as mesmas.
O mercado revisou para baixo a projeção da inflação de 2025, que passou de 5,65% para 5,57%. Mesmo com essa redução, os economistas acreditam que o índice fechará o ano bem acima do teto da meta inflacionária, que é de 4,5%.
Com isso, os analistas esperam que a inflação fique cada vez mais distante do centro da meta definido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 3% com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual — sendo 4,5% (teto) e 1,5% (piso).
Confira as demais projeções da inflação:
- Para 2026, permaneceu em 4,50%.
- Para 2027, continua a mesma da semana passada: 4%.
- Para 2028, subiu de 3,79% para 3,80%.
No caso da inflação de abril, o mercado prevê que os preços de bens e serviços, medidos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), avancem 0,44%. No Focus anterior, a estimativa era de 0,47%.
Fonte: Metrópoles