Maria Elena Bergoglio estava em sua casa em Buenos Aires quando recebeu a notícia surpreendente: Jorge Mario Bergoglio — seu irmão — era o novo papa.
“No conclave anterior, rezei para que ele não fosse eleito… porque eu não queria que meu irmão fosse embora”, disse ela à CNN. “Uma postura egoísta, pode se dizer.”
Mas em 2013, quando Francisco foi eleito, a irmã disse que mudou de ideia.
“Eu rezei para que o Espírito Santo agisse e me ignorasse. E ele me ignorou”, disse ela, rindo. “Ele fez o que queria”. Logo depois que fumaça branca subiu da chaminé da Capela Sistina, ela ouviu a voz embargada de seu irmão ao telefone.
“Quase morri”, disse ela. “O telefone tocou e meu filho atendeu. Eu o ouvi dizer: ‘Nossa, tio!’. Eu não conseguia acreditar”.
Seu irmão, que escolheu o nome Francisco, disse a ela para não se preocupar e garantiu que estava bem. “Ele me disse: ‘Não posso ligar para todos. Somos uma família muito grande, então, por favor, mande lembranças minhas, porque se eu ligar para todos, vou esvaziar os cofres do Vaticano’”, contou Maria Elena.
Ela acrescentou que aquele era um sinal de que, mesmo a milhares de quilômetros de distância, na Europa, e ocupando o mais alto cargo na hierarquia da Igreja Católica Romana, seu irmão demonstrava o mesmo senso de humor da infância na Argentina.
“Acho que é por isso que ele se tornou papa… se ele tivesse que ser firme em alguma coisa, ele era”, acrescentou. “Mas ele sempre foi assim, com senso de humor.”
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