Da melancolia do sentimento de vazio sentido pelos personagens à muitas cenas de ação, “Thunderbolts*”, nova aposta do estúdio da Marvel, buscou entregar lutas coreografadas entre o grupo de anti-heróis ao ponto em que explora a profundidade de cada um a partir de como eventos traumáticos respingam em sua trajetória. O filme estreia na quinta-feira (1º) nos cinemas. A CNN pôde assistir ao longa-metragem antecipadamente e te conta o que esperar.
“Thunderbolts*” reúne um grupo improvável de personagens — que se caracterizam mais como “anti-heróis” — encarregados de missões que um grupo tradicional de super-heróis, como os Vingadores, dificilmente aceitariam.
Entre eles estão Yelena Belova (Florence Pugh), Bucky Barnes, o Soldado Invernal (Sebastian Stan), John Walker, o Agente Americano (Wyatt Russell), Alexei Shostakov, o Guardião Vermelho, (David Harbour), a Fantasma (Hannah John-Kamen) e Bob, como Sentinela (Lewis Pullman). Desajustados e cheios de cicatrizes emocionais trazem para a produção um forte senso de inadequação.
Dirigido por Jake Schreier (“Cidades de Papel”), “Thunderbolts*” mistura ação, emoção e um olhar mais voltado aos dilemas psicológicos dos heróis contemporâneos.
Alerta de spoiler: o texto a seguir pode conter spoilers de “Thunderbolts*”.
O que esperar de “Thunderbolts*”
Continuidade ao universo da Marvel
A equipe dos Thunderbolts é composta por personagens que já foram introduzidos em filmes e séries do MCU, como “Viúva Negra” (2021), “Falcão e o Soldado Invernal” (2021) e “Homem-Formiga e a Vespa” (2023).
Isso garante que o longa-metragem funcione como uma nova história, mas também como um ponto de convergência para trajetórias que o público já conhece. Como é o caso de Yelena Belova, que lida com o legado da irmã Natasha Romanoff (Scarlett Johansson), e de Bucky Barnes, um dos personagens com o arco mais longo da saga, que agora precisa redefinir sua identidade fora da sombra dos Vingadores.
Outro elo importante é a figura de Valentina Allegra de Fontaine (Julia Louis-Dreyfus), que vem aparecendo discretamente em várias produções e agora assume um papel central como organizadora dessa nova equipe. Sua presença reforça a ideia de que Thunderbolts também é um movimento político dentro do MCU, colocando em debate quem define o heroísmo quando os Vingadores já não estão mais no comando.
O filme também é esperado para preencher lacunas após “Vingadores: Ultimato” (2019) e “Falcão e o Soldado Invernal”, tocando em temas como a desilusão com figuras de autoridade, o uso governamental de supersoldados e os efeitos colaterais das batalhas épicas que redefiniram o planeta.
Saúde mental
Mesmo entregando combates corpo a corpo intensos, “Thunderbolts*” parece estar mais interessado nas consequências de lutas internas do que apenas o espetáculo externo. A essência heroica ainda está lá, mas envolta em camadas de culpa, ambiguidade moral e solidão.
Yelena e Alexei enfrentam o luto por Natasha Romanoff e encaram a sensação de não ter mais um propósito na vida. O mesmo impacto psicológico é foco dos outros personagens, especialmente Bob, que sente que sua vida tem valor a ninguém.
A saúde mental é, no fim, o grande ponto da trama, que usa do tema para explorar as fraquezas e potência dos personagens, que ainda precisam, no fim do dia, salvar o mundo de uma ameaça aterrorizante.
Personagens
Florence Pugh é, sem surpresas, o grande destaque do filme. A atriz, desde que entrou no universo, conseguiu se identificar com a personagem e parece que a entende da mesma forma que Sebastian Stan entende Bucky Barnes.
Yelena, no entanto, divide o foco com o personagem introdutório à trama, Bob. Lewis Pullman busca transmitir o sentimento de mistério sobre sua identidade, ao passo em que traz consigo elementos identificáveis ao público. A dinâmica dos dois é um dos grandes pontos altos da trama.
O restante do elenco cumpre bem o papel de desajeitados. O personagem de David Harbour traz ainda um sentimento de leveza a trama, com momentos cômicos e, por vezes, que conflitam com a vibe melancólica de Florence Pugh.
Vilão?
O personagem Bob assume um papel central como o antagonista principal da trama em determinado momento da história. Mais para o fim, ele se revela como Sentinela, como um dos personagens mais poderosos do universo Marvel, com habilidades que incluem força sobre-humana, voo e invulnerabilidade.
O Sentinela também é acompanhado por uma entidade sombria chamada Vácuo, que representa seus aspectos negativos e destrutivos. Na história, ele precisa lutar contra seus demônios internos para enfim controlar seus poderes imensos.
A introdução do Sentinela em “Thunderbolts*” também estabelece uma conexão com futuros filmes do MCU, como “Avengers: Doomsday”, no qual o personagem deve retornar, ampliando ainda mais sua importância na narrativa do universo cinematográfico
Novos Vingadores?
Com a dissolução dos Vingadores após “Vingadores: Ultimato”, o mundo no MCU ficou sem uma equipe oficial de super-heróis globais, deixando uma lacuna a ser preenchida, que, em mais um filme do estúdio, é colocado em cheque: quem poderá ocupar a nova equipe de Vingadores? O que é necessário ter para se tornar um grande super-herói salvador da pátria?
Em “Thunderbolts*”, isso pode se tornar parte de uma estratégia política, uma tentativa de redenção pessoal, ou mesmo como um comentário irônico sobre o estado atual do heroísmo.
Assista ao trailer de “Thunderbolts*”
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Este conteúdo foi originalmente publicado em Novos Vingadores? Saiba o que esperar de “Thunderbolts*” no site CNN Brasil.