Saiba o impacto do estilo de vida na síndrome dos ovários policísticos

Um estilo de vida saudável — baseado na prática de atividade física e em um cardápio com espaço para fontes de ômega-3, grãos integrais, frutas e hortaliças — pode ser aliado no tratamento da síndrome dos ovários policísticos (SOP). A conclusão vem de uma revisão sistemática, que partiu de centenas de estudos, realizada por pesquisadores da Índia e publicada em janeiro no periódico científico Nutrients.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a SOP afeta entre 6 e 13% das mulheres em idade reprodutiva. E sabe-se que a adoção de um estilo de vida saudável é fator crucial no controle da condição. “Além de contribuir para a perda de peso, a alimentação equilibrada e a atividade física favorecem a saúde metabólica”, explica o ginecologista Sérgio Podgaec, do Hospital Israelita Albert Einstein.

A síndrome dos ovários policísticos é marcada por ciclo menstrual irregular e desequilíbrios hormonais, com níveis aumentados de hormônios masculinos, acne e pelos no rosto. Geralmente, é associada a obesidade e resistência à insulina — desajuste no metabolismo da glicose que aumenta o risco de diabetes.

Para o diagnóstico certeiro, além da avaliação clínica, são realizadas análises de sangue, com dosagens de hormônios, e exames como o ultrassom, que revela a presença de microcistos nos ovários, assim como o volume ovariano aumentado.

O tratamento costuma envolver o uso de medicamentos, especialmente certos tipos de pílula anticoncepcional. “Elas contêm estrógeno e progesterona e ajudam a regular o ciclo menstrual”, diz Podgaec. Um dos impactos positivos é a melhora da acne. Geralmente, o emagrecimento é bem-vindo. Daí porque ajustes na alimentação, assim como o estímulo à atividade física, são pontos fundamentais.

Atenção ao equilíbrio glicêmico

No estudo indiano, um dos destaques é a chamada dieta de baixo índice glicêmico. “O cardápio prioriza alimentos que promovem a liberação gradual de glicose na circulação sanguínea”, comenta a nutricionista Giuliana Modenezi, do Espaço Einstein Esporte e Reabilitação. Além de contribuir para o equilíbrio da glicemia, esse plano alimentar pode ajudar a aumentar a sensação de saciedade.

Entre os exemplos de ingredientes estão grãos integrais, caso da quinoa e da aveia; leguminosas, ou seja, feijões, lentilhas e ervilhas, por exemplo; além de hortaliças e frutas.

Caprichar nas combinações de alimentos também ajuda no controle glicêmico. A junção de boas fontes de carboidratos com opções de proteínas e gorduras desacelera o processo digestivo e mantém a estabilidade. Carnes e pescados magros, azeite de oliva, castanhas e afins formam duplas com pães, massas, arroz e outros fornecedores de carboidratos, de preferência nas versões integrais.

Ingredientes com potencial anti-inflamatório

Os autores da pesquisa também ressaltam o papel dos alimentos que ajudam a combater inflamações. “O excesso de peso, comum em pessoas com SOP, favorece a produção de citocinas, substâncias que estão por trás da inflamação crônica de baixo grau”, explica a nutricionista.

Esse quadro contínuo e a longo prazo pode aumentar o risco para males cardiovasculares. Entre os nutrientes que apresentam ação anti-inflamatória está o ômega-3 da sardinha, do salmão, da chia e da linhaça.

Vale apostar ainda em fornecedores de polifenóis, um grupo de compostos que, além de atuarem contra inflamações, têm potente ação antioxidante. Frutas e hortaliças de coloração arroxeada como jabuticaba, uva e repolho são exemplos de fontes.

Zelo com microbiota intestinal

Na revisão científica, há menção ainda ao equilíbrio da microbiota intestinal. Para tanto, é essencial garantir que não faltem fibras no dia a dia, especialmente as chamadas prebióticas, que aparecem na alcachofra, na chicória e no aspargo. Elas colaboram para a proliferação de bactérias benéficas que povoam o intestino.

Leites e iogurtes fermentados e diferenciados, assim como o kefir e o kombucha, apresentam ação probiótica e ajudam nesse sentido. “Manter um cardápio variado e equilibrado, evitando excesso de açúcar e de produtos ultraprocessados, é a chave para a saúde do intestino”, aconselha Modenezi. Assim, se preserva a barreira intestinal, o que ajuda a impedir que substâncias nocivas viajem pela circulação, desencadeando inflamações e outros distúrbios.

Embora grande parte do artigo explore o potencial da alimentação como aliada no tratamento, a revisão traz evidências sobre os efeitos positivos também da prática de atividade física e do gerenciamento do estresse. Não faltam indícios de que escolher o exercício que se encaixe no cotidiano, de maneira prazerosa, colabora para a secreção de substâncias do bem-estar, ajudando na saúde mental.

Fonte: Agência Einstein

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Fonte: Metrópoles

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