O governador do estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), elogiou a condução econômica do presidente da Argentina, Javier Milei, e fez comparações com a brasileira, criticando o governo federal.
Tarcísio destacou o corte de 5% do PIB argentino em gastos públicos em um ano, medida que afirmou que classificaria como improvável anteriormente. “Se você me perguntasse há um ano se seria possível o Milei cortar 5% do PIB de gasto público em um ano, eu diria que não é possível, mas foi”, afirmou.
As falas do governador aconteceram durante sua participação no J. Safra Macro Day 2025, promovido pelo Banco Safra nesta segunda-feira (28).
O governador também citou os efeitos da política econômica do país vizinho, como a queda da inflação, o aumento do fluxo de capital e a adoção do câmbio flutuante, recomendada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). “O despejo de capital foi tão grande, que o câmbio voltou a apreciar”, disse.
Para ele, a Argentina está mostrando “o caminho que a gente tem de adotar”.
Tarcísio também defendeu a necessidade de uma reforma administrativa no Brasil, com desvinculação de receitas e desindexação de determinadas despesas.
Segundo ele, o país precisa abandonar modelos econômicos ultrapassados. “O pessoal está querendo operar com modelo de 20, 30 anos atrás, que cabia numa determinada circunstância e hoje não cabe mais”, criticou.
“Tem-se feito uma opção pelo gasto, uma tentativa de se induzir a economia num determinado caminho que não é o bom caminho. É um caminho que vai destruir poupança, provocar a migração de capital e não vai nos dar um crescimento sustentável”, acrescentou.
O governador também comentou os programas sociais mantidos pelo governo federal. Para ele, essas iniciativas devem ser temporárias e conter mecanismos de transição. “A partir do momento que se consegue emancipar famílias, deve-se fazer a porta de saída”, concluiu.
Problemas fiscais
Tarcísio também ressaltou que o Brasil avançou em reformas estruturais importantes nos últimos anos, citando iniciativas como a PEC do Teto de Gastos, o novo arcabouço fiscal, a Reforma trabalhista, a Reforma da Previdência, o Marco das Startups, a Lei do Gás, entre outras.
“Se você tem um problema fiscal, e hoje de fato você tem, não é nada que mexendo três, quatro, cinco alavancas você não coloque no rumo novamente”, avaliou.
Para o governador, a atuação do Congresso Nacional se mostrou “super-reformista” ao longo dos últimos anos. Tarcísio destacou a aprovação da Reforma tributária, classificada por ele como “muito difícil”.
Isenção do IR
Sobre o projeto de lei que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda para pessoas físicas que recebem até R$ 5 mil, Tarcísio afirmou não estar preocupado.
Ele explicou que São Paulo é pouco dependente do Fundo de Participação dos Estados (FPE), fonte de repasse federal para as unidades da federação.
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