Teste de sangue identifica Parkinson antes dos primeiros sintomas

Um exame de sangue simples e acessível pode transformar o diagnóstico da doença de Parkinson, permitindo a detecção antes mesmo do aparecimento dos primeiros sintomas.

Desenvolvido por pesquisadores da Universidade Hebraica de Jerusalém, o teste analisa fragmentos específicos de RNA no sangue e promete trazer mais agilidade e precisão para o tratamento precoce da condição.

Publicado na revista Nature Aging nesta sexta-feira (11/4), o estudo revelou que a análise de duas moléculas de RNA — uma que se acumula nos pacientes e outra que diminui à medida que a doença avança — permite identificar sinais da condição em estágio inicial, com 86% de precisão.

“A descoberta representa um grande avanço na nossa compreensão da doença de Parkinson e oferece um exame de sangue simples e minimamente invasivo como ferramenta para o diagnóstico precoce”, afirmou a professora Hermona Soreq, da Universidade Hebraica de Jerusalém e supervisora do estudo, em comunicado.

Como funciona o teste?

O exame é baseado na medição da proporção entre dois tipos de fragmentos de RNA de transferência (tRFs). Um deles, batizado de RGTTCRA-tRF, aparece em maior quantidade nos pacientes. O outro, o MT-tRF, tem origem mitocondrial e se torna mais escasso com o avanço da doença.

Para quantificar essas moléculas, os cientistas utilizaram uma técnica chamada qPCR, que permite amplificar pequenas sequências genéticas. O método é considerado simples, rápido e barato, e pode ser usado em diferentes contextos de atendimento médico.

“Tradicionalmente, esses fragmentos de RNA eram ignorados nas pesquisas sobre Parkinson. Agora, percebemos que eles revelam mudanças moleculares importantes nos estágios iniciais da doença”, explicou Soreq.

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Esse processo degenerativo das células nervosas pode afetar diferentes partes do cérebro e, como consequência, gerar sintomas como tremores involuntários, perda da coordenação motora e rigidez muscular

Outros sintomas da doença são lentidão, contração muscular, movimentos involuntários e instabilidade da postura
Em casos avançados, a doença também impede a produção de acetilcolina, neurotransmissor que regula a memória, aprendizado e o sono
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), apesar de a doença ser conhecida por acometer pessoas idosas, cerca de 10% a 15% dos pacientes diagnosticados têm menos de 50 anos
Não se sabe ao certo o que causa o Parkinson, mas, quando ocorre em jovens, é comum que tenha relação genética. Neste caso, os sintomas progridem mais lentamente, e há uma maior preservação cognitiva e de expectativa de vida
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Parkinson é uma doença neurológica caracterizada pela degeneração progressiva dos neurônios responsáveis pela produção de dopamina

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Esse processo degenerativo das células nervosas pode afetar diferentes partes do cérebro e, como consequência, gerar sintomas como tremores involuntários, perda da coordenação motora e rigidez muscular

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Outros sintomas da doença são lentidão, contração muscular, movimentos involuntários e instabilidade da postura

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Em casos avançados, a doença também impede a produção de acetilcolina, neurotransmissor que regula a memória, aprendizado e o sono

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Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), apesar de a doença ser conhecida por acometer pessoas idosas, cerca de 10% a 15% dos pacientes diagnosticados têm menos de 50 anos

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Não se sabe ao certo o que causa o Parkinson, mas, quando ocorre em jovens, é comum que tenha relação genética. Neste caso, os sintomas progridem mais lentamente, e há uma maior preservação cognitiva e de expectativa de vida

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O Parkinson não tem cura, mas o tratamento pode diminuir a progressão dos sintomas e ajudar na qualidade de vida. Além de remédio, é necessário o acompanhamento de uma equipe multidisciplinar. Em alguns casos, há possibilidade de cirurgia no cérebro

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Resultados promissores e impacto clínico

Os testes foram realizados com amostras de pacientes de várias coortes internacionais, como a Iniciativa de Marcadores de Progressão de Parkinson. Em todos os grupos, o exame teve desempenho superior ao de métodos clínicos tradicionais, que costumam identificar a doença apenas após perdas significativas de neurônios.

Além disso, os pesquisadores observaram que os níveis de RGTTCRA-tRF diminuem após a estimulação cerebral profunda — um tratamento utilizado em casos avançados —, o que reforça a ligação desses biomarcadores com os mecanismos da doença.

“O teste tem o potencial de aliviar a incerteza enfrentada por pacientes e médicos, oferecendo um método confiável e rápido para identificar a doença em seus estágios iniciais”, disse Nimrod Madrer, principal pesquisador do artigo.

O exame já está protegido por pedidos de patente nos Estados Unidos e teve sua eficácia validada em larga escala. Os autores esperam que, em breve, ele possa ser incorporado à prática clínica, oferecendo uma nova perspectiva para milhões de pessoas em risco de desenvolver Parkinson.

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Fonte: Metrópoles

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