A campanha nacional de vacinação contra a gripe (influenza) começou nessa segunda-feira (7/4) em todo o país. Uma das dúvidas mais frequentes que circulam nesse período do ano é se a vacina pode causar a doença.
Embora algumas pessoas afirmem que ficaram doentes logo após a vacinação, essa relação não existe. A vacina da gripe é composta por vírus inativados, portanto, não pode induzir o desenvolvimento da infecção.
Os “pedaços de vírus” usados ajudam o sistema imunológico a se desenvolver e identificar eventualmente o vírus influenza quando a pessoa entrar em contato com ele no dia a dia.
“O vírus é morto, fragmentado, lavado. O que se coloca na vacina são os fragmentos dele, sem nenhuma capacidade de multiplicação ou de causar doença. É inviável que isso aconteça”, afirma o pediatra Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).
Por que eu fico doente?
O influenza é um vírus sazonal, com maior circulação nas estações com temperaturas mais baixas. Por isso, idealmente, a vacinação deve ser feita logo no início do outono e antes do inverno. No entanto, muitas pessoas deixam para se vacinar em maio e junho, no meio da temporada do patógeno.
O que pode acontecer é: a pessoa tem contato com o vírus e toma a vacina dos dias seguintes, coincidindo com o intervalo entre o período de incubação do influenza e o início dos sintomas.
“Às vezes, a pessoa já pegou o vírus quando toma a vacina e o imunizante sequer tem tempo de fazer o efeito protetor. Ela acaba achando que a culpa foi do imunizante”, considera Kfouri.
Além disso, existe a confusão entre os diagnósticos. Nem tudo é gripe. “Muitas vezes a pessoa toma a vacina da gripe e pega outro vírus, ou um resfriado, amigdalite ou sinusite, e atribui à vacina que tomou”, aponta o vice-presidente da SBIm.
A gripe é uma infecção aguda do sistema respiratório, provocada pelo vírus da influenza. Os principais sintomas são febre, dor de garganta, tosse, dor no corpo, dor de cabeça e eventualmente pode causar uma forma de pneumonia grave e até levar à morte.
Crianças pequenas, idosos e pacientes imunossuprimidos são os que correm maior risco de evoluir para a forma grave da doença.
“A vacina é a única forma efetiva de evitar as formas graves e o óbito relacionados à infecção pelo vírus influenza. Outras medidas, como utilização de máscara e higiene de mãos, são importantes, mas devem ser feitas em conjunto com a vacinação”, explica o infectologista André Bon, do Exame Medicina Diagnóstica.
A vacina da gripe causa efeitos adversos?
Sim. Assim como outros imunizantes, a vacina da gripe pode causar efeitos adversos como febre, dor no local da injeção ou dor no corpo.
“Esses são efeitos adversos comuns a quase todas as vacinas e não significam que aquele imunizante está causando a doença. É apenas uma reação do corpo à vacinação”, explica Bon.
Siga a editoria de Saúde e Ciência no Instagram e no Canal do Whatsapp e fique por dentro de tudo sobre o assunto!
Fonte: Metrópoles