Abin fez alertas sobre a manifestação do 8 de janeiro, diz ex-diretor

O ex-diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Saulo Moura da Cunha, afirmou que o órgão enviou ao governo federal relatórios de inteligência alertando sobre os riscos da manifestação do dia 8 de janeiro de 2023.

“Emitimos vários chamados alertas de inteligência, o primeiro deles foi feito no dia 2 e esses alertas foram encaminhados a um grupo do sistema brasileiro de inteligência, formado pelo GSI, pelos centros de inteligência das três forças armadas, dos ministérios da Defesa e para uma secretaria do Ministério da Justiça”, afirmou.

Cunha depôs ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (26) na condição de testemunha de defesa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres no processo que apura um suposto plano de Golpe de Estado após as eleições de 2022.

Segundo ele, os primeiros relatórios indicavam uma adesão baixa à manifestação, mas o cenário começou a mudar entre os dias 6 e 7 de janeiro, com a identificação de convocatórias em redes sociais feitas por grupos mais extremistas.

“Começavam a aparecer a partir do dia 5 em alguns grupos mais extremistas da internet convocações para adesão das manifestações, inclusive ocupação e ações violentas”, disse o ex-diretor.

Cunha também declarou que a Abin não foi informada por órgãos federais ou distritais sobre os acampamentos em frente ao Quartel-General do Exército em Brasília. Ainda assim, a agência produziu relatórios sobre esses acampamentos e enviou ao governo de transição.

“No governo de transição, encaminhamos relatórios sobre as manifestações extremistas não só em Brasília, mas também em outros acampamentos de grande porte, como no Rio de Janeiro”, complementou.

O ex-diretor relatou ainda que a Abin só teve clareza sobre o tamanho da mobilização na véspera dos atos, quando foi identificada a chegada de ônibus com manifestantes à capital federal. A agência tomou conhecimento da movimentação rumo à Esplanada dos Ministérios apenas às 9h do domingo, dia 8.

Audiências

A Primeira Turma do Supremo entrou na segunda semana de escuta de testemunhas no processo que apura a suposta trama golpista. Até agora, já foram ouvidas mais de 30 pessoas.

Durante a tarde, a Corte seguirá ouvindo os depoimentos de testemunhas indicadas pela defesa de Anderson Torres. Estão previstos os seguintes depoimentos:

  • Thiago Andrade; delegado da Polícia Federal
  • Fabricio Rocha; delegado da Polícia Federal
  • Marcio Nunes; ex-diretor-geral da Polícia Federal
  • Leo Garrido de Salles; delegado da Polícia Federal
  • Alessandro Moretti; ex-diretor adjunto da Abin
  • Marcos Paulo Cardoso; delegado da Polícia Federal
  • Victor Veiga Godoy; ex-ministro da educação
  • Cintia Queiroz de Castro; ex-subsecretária de Operações Integradas da Secretaria de Segurança Pública do DF

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